Mesmo com o início da seca em 2024, como observado a partir da descida de 6 cm no rio Negro e do Solimões, o Amazonas ainda não começou os serviços de dragagem para permitir a navegação durante a estiagem.
A atualização sobre o status das obras, que consistem em aumentar a profundidade dos rios com a retirada de material acumulado com a seca, aconteceu na última terça-feira (2).
Na ocasião, a empresa Super Terminais e o vice-governador do Amazonas, Tadeu de Souza, apresentaram mais um píer provisório como alternativa aos efeitos da estiagem. O primeiro havia sido proposto ainda em abril.
Desta vez, a estrutura provisória ficaria em Itacoatiara (a 176 km de Manaus), na margem esquerda do rio Amazonas. A alternativa começaria a funcionar em setembro e terminaria em dezembro ou quando a navegação voltar ao normal.
Dragagem dos rios
A dragagem é a remoção de sedimentos do leito dos rios, como areias e outros materiais. Ela facilita a navegação e evita encalhes das embarcações. Existem quatro tipos principais de dragagem:
- Implantação/Aprofundamento: Permite a recepção de navios maiores e a maior profundidade dos canais de navegação.
- Manutenção: Mantém a profundidade da água, assegura a navegabilidade e a realização de manobras seguras.
- Mineração: Auxilia a extração de minerais valiosos, associada ao garimpo.
- Recuperação Ambiental: Limpa áreas contaminadas para minimizar a suspensão de materiais.
Status da dragagem no Amazonas
Orlando Fanaia Machado, superintendente regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), afirma que aguarda a contratação da empresa responsável pelo serviço.
“Já foram liberados os editais de licitação, que já está para recebimento de propostas e assim que tiver a contratação [da empresa responsável], o serviço será iniciado. Foi demonstrada a importância da dragagem em 2023 e a ideia é utilizar o plano de dragagem pelos próximos cinco anos para garantir a trafegabilidade”, afirma.
Os editais preveem a dragagem de trechos dos rios Amazonas e Solimões com investimentos de aproximadamente R$ 505 milhões. As obras pretendem “assegurar a capacidade de navegação dos rios, essencial no transporte de pessoas e escoamento de mercadorias”, afirma o Governo Estadual.
Seca em 2024
As estimativas do Governo do Amazonas indicam um impacto significativo da seca em 2024, assim como foi em 2023. Cerca de 600 mil pessoas, mais de 15% da população do estado, devem ser afetadas.
As previsões são, inclusive, de que a estiagem interfira nas eleições municipais, que ocorrerão em outubro. O governador do Amazonas destaca ainda que a estiagem começou um mês antes do previsto.
O Amazonas está em contato com o Governo Federal para decretar “estado de emergência” devido à seca severa, especialmente nas regiões dos rios Juruá, Purus e Solimões.
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