O carioca e brasileiro Eliezer Zucker, que vive em Israel atualmente, concedeu entrevista ao Portal Norte em dezembro de 2023.

Ele participou do quadro Norte Entrevista, conteúdo que aborda diferentes assuntos, com a presença de famosos, anônimos e autoridades.

Durante a sua participação, Eliezer falou sobre a vivência em Israel durante a guerra, os efeitos do conflito na economia, segurança para os habitantes locais e a esperança que tudo acabe em paz.

Zucker ainda destacou que não pretende voltar para o Brasil, além de comparar a segurança que sente no país com sua origem natal, o Rio de Janeiro.

Veja a entrevista

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Destaques da entrevista

Eliezer Zucker iniciou a entrevista falando sobre o início da guerra e que, a primeira vista, não acreditava que se tornaria um assunto tão sério.

Segundo seu relato, uma amiga o avisou do que estava acontecendo, já que ele viajava para o Canadá a trabalho.

“Eu não levei muita fé no que tava acontecendo, achei que era um caso bobo”, disse. “[Mas] eu comecei a abrir jornais, televisão ao vivo, e eu vi que realmente o negócio foi bem sério”.

Guerra e segurança dos habitantes

Eliezer contou brevemente sua ligação com o país, já que mora no local há seis anos.

Zucker foi pela primeira vez para Israel em 2000 e ficou até 2004. Anos depois, retornou e vive na região até hoje.

Segundo ele, antigamente, os ataques do grupo Hamas eram diferentes dos que ocorrem atualmente.

“Naquela época que eu vivi aqui entre 2000 e 2004, a gente via alguns ataques do Hamas, mas era diferente. Hoje em dia a gente tem esses ataques com foguetes, e naquela época eram aqueles ataques de homens bomba”, contou.

Zucker ainda falou que tem amigos e conhecidos que foram mortos, desaparecidos ou sequestrados.

“Eu nunca vi nenhuma situação igual. Tenho amigos que foram assassinados, tenho amigos que estão desaparecidos, sequestrados em Gaza. Então é uma situação muito difícil pra gente”.

Na questão sobre segurança durante os ataques para os civis, Eliezer relata que há um sistema de aviso para que todos procurem um abrigo, mais conhecido como “bunker”.

“A gente tem um sistema de segurança. Quando o míssel está para cair, a gente escuta um alarme aqui na região. Temos instrução da Defesa Civil de correr para um abrigo antiaéreo, um bunker”, explicou.

Efeitos na economia

O conflito na Faixa de Gaza afeta vários setores da sociedade, e um deles é o turismo religioso em Israel e outras regiões.

Zucker conta que, nessa área, tudo está praticamente “zerado” e “sem trabalho”.

“Eu trabalho em companhia aérea, e o turismo, no momento que começou essa guerra, as empresas aéreas disseram que não tinham como operar”, disse “Isso acaba afetando para gente, porque estamos praticamente sem trabalho”.

A guerra também afetou os preços de insumos no país, já que grande parte da mão de obra deixou a região.

“Israel exporta flores, frutas e grande parte da mão de obra de gente que trabalha no campo eram tailandeses, filipinos, asiáticos e, no momento que começou a guerra, eles simplesmente foram embora. Você vê o impacto disso no preço das coisas, tudo aumenta”, explicou.

Segundo ele, o cenário pode ser relembrado como a pandemia da Covid-19.

“Está tudo praticamente vazio, a gente está vivendo uma época muito semelhante a uma pandemia”.

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‘Segurança que não tenho no Brasil’

Eliezer afirmou que a segurança que sente em Israel é muito maior do que a que vivenciou no Brasil, e principalmente no seu estado natal, o Rio de Janeiro.

Segundo suas falas, a imagem que o exterior, como o Brasil, tem da região é diferente do que é vivido lá.

“Eu vejo Israel um país extremamente seguro. A segurança que eu tenho aqui, eu não tenho no Brasil, por exemplo, porque eu sou do Rio de Janeiro”, salientou.

Zucker disse que não se vê voltando para terras brasileiras e que vive “super seguro” em Israel.

“Essa segurança, assim, não tem preço para mim, sabe? Eu não me vejo voltando para o Brasil”, contou. “Eu vivo super bem aqui, super seguro”.

Fim da guerra

Por fim, Eliezer contou um pouco mais sobre as expectativas que os habitantes têm para que o conflito acabe e que as pessoas sequestradas sejam soltas.

“Eu tenho esperança que isso acabe em breve. A questão, por exemplo, dos mísseis jogados em Israel estão enfraquecendo”, relatou. “O objetivo maior é trazer os sequestrados vivos de volta”.

Eliezer Zucker

Eliezer Zucker é brasileiro e natural do Rio de Janeiro, e trabalha como aeroviário no aeroporto de Tel Aviv, em Israel.

Vive no país há seis anos e convive diariamente com os problemas e efeitos causados pela guerra na Faixa de Gaza.