O assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips trouxe à tona novamente os crimes bárbaros cometidos contra pessoas que defendem a conservação e a preservação da Amazônia.

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O fim trágico de Dom e Bruno virou manchete internacional e reacendeu holofotes para o problema que já é histórico.

 

Relembre casos de ativistas ambientais assassinados no Brasil:

Chico Mendes

Na noite de 22 de dezembro de 1988, o seringueiro e ambientalista Francisco Alves Mendes Filho, o Chico Mendes, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, no Acre, foi morto a tiros de espingarda, no quintal de sua casa.

Ele foi assassinado por Darcy Alves da Silva, a mando de seu pai, o fazendeiro Darly Alves da Silva.

O ecologista era defensor da floresta e foi alvo de inúmeras ameaças de morte por causa de sua luta ambiental.

Um ano antes de ser morto, Chico Mendes foi condecorado pela ONU, por sua luta em defesa do meio ambiente.

Ele ajudou a organizar o trabalho e a resistência dos seringueiros, foi o fundador da primeira reserva extrativista do Brasil, 40 mil hectares de exploração conservacionista, em São Luiz do Remanso, situado a 80 quilômetros de Rio Branco, capital do Acre.

Os assassinos foram condenados a 19 anos de prisão.

Foto: Arquivo Memorial Chico Mendes

 

Dorothy Stang

Em 2005, a ambientalista norte-americana Dorothy Steng foi assassinada por intermediar conflitos agrários na região de Anapu no Pará. O crime virou notícia internacional.

Nascida em 1931 nos Estados Unidos, Steng se dedicou ao trabalho missionário no final dos anos 1960. Ela atuava em defesa dos trabalhadores rurais sem terra no estado.

Dorothy foi pioneira em implantar um conceito de sustentabilidade na região, ela criou os PDS (Projetos de Desenvolvimento Sustentável), que davam renda às famílias pobres que preservassem a Amazônia.

Por conta de suas ações, Dorothy foi jurada de morte e conviveu com ameaças por ao menos cinco anos.

No dia 12 de fevereiro de 2005, a ativista foi brutalmente assassinada com seis tiros na cabeça no assentamento Esperança quando ia a uma reunião.

Cinco pessoas foram acusadas pelo crime.

Foto: Fabiano Maisonnave

 

Zé e Maria

O casal de castanheiros e ambientalistas, José Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo, foi morto em uma emboscada em Nova Ipixuna (PA), no dia 24 de maio de 2011.

A morte dos dois teve grande repercussão. Meses antes de ser assassinado, José Cláudio deu uma palestra em que disse ser ameaçado e viver com uma “arma apontada para a cabeça”.

A época, o casal chegou a pedir ajuda a autoridades por conta das ameaças.

O mandante do crime, José Rodrigues Moreira, foi condenado a 60 anos de prisão em 2016, mas está foragido.

Foto: Felipe Milanez

 

Maxciel Pereira dos Santos

O colaborador da Fundação Nacional do Índio (Funai) Maxciel Pereira dos Santos foi morto em 2019 na mesma região onde o jornalista britânico Dom Phillips e o servidor Bruno Araújo Pereira foram assassinados. 

Maxciel atuava em defesa dos indígenas da Terra Indígena do Vale do Javari, na Amazônia.

Na época, a Polícia Militar informou que Maxciel morreu com dois tiros na nuca quando andava de moto com a esposa e a enteada na cidade de Tabatinga. As duas sobreviveram.

Segundo O GLOBO, a investigação do caso ainda está com o inquérito aberto, sob sigilo, e nenhum suspeito foi localizado. 

Foto: reprodução/ Internet

 

Paulo Paulino Guajajara

Paulo Paulino Guajajara, conhecido como Lobo Mau, foi assassinado a tiros em 1º de novembro de 2019, na Terra Indígena Arariboia, no Maranhão.

Paulino era um guardião da floresta, responsável por fiscalizar e denunciar invasões na mata.

No dia do crime, Paulino estava acompanhado de Laércio Guajajara, liderança da região. Laércio foi atingido com tiros no braço e costas, mas conseguiu sobreviver.

Eles voltavam de um dia de caça, quando se depararam com uma emboscada.

Os criminosos, Raimundo Nonato Ferreira de Sousa e Antônio Wesley Nascimento, foram indiciados em 10 de janeiro de 2020 pela morte do indígena.

Foto: Patrick Raynaud/Mídia índia

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