A Polícia Federal (PF) concluiu a análise do primeiro pacote de joias sauditas recebido pelo governo de Jair Bolsonaro (PL).
O trabalho é realizado pelos peritos criminais federais do Instituto Nacional de Criminalística (INC).
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A caixa com joias femininas foi confiscada pela Alfândega do Aeroporto de Guarulhos (SP) após tentativa de entrada no Brasil sem pagamento de impostos.
A avaliação inicial é de que o colar, anel, relógio e brincos de diamantes podem custar cerca de R$ 16,5 milhões.
O laudo produzido pelos peritos deve apontar o valor real das joias sauditas.
Além disso, vai complementar o inquérito que corre sob sigilo na PF de São Paulo.
Perícia das joias sauditas
Durante a análise, um perito viajou até a Suíça para visitar a sede da Chopard, marca das peças de luxo.
No local, os peritos conversaram diretamente com os responsáveis pela confecção das joias.
O trabalho incluiu ainda a análise individual de pedras de diamantes. Somente o colar contém aproximadamente 2.000 peças.
O levantamento dos valores de brincos, abotoaduras e anéis foi registrado no laudo técnico, mas o documento ainda não foi divulgado.
A PF constatou que um relógio da marca suíça pode custar R$ 800 mil.
De onde vieram?
As joias foram dadas à comitiva brasileira em outubro de 2021, quando uma equipe do ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, visitou a Arábia Saudita.
Na época, o caso foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo.
O pacote foi entregue pela Receita Federal à PF no fim de março deste ano e foi transportado até Brasília, onde fica a sede do INC, para a perícia.
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Apreensão das joias
Um dos estojos de joias trazido pela equipe foi apreendido pela Receita Federal durante inspeção no aeroporto de Guarulhos, por isso a apuração está em São Paulo.
Um militar que assessorava o então ministro de Minas e Energia tentou entrar no país com artigos de luxo na mochila.
Porém, como não tinham sido declarados, os bens foram apreendidos pela Receita Federal. De início, o caso foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Um segundo pacote, que inclui relógio, caneta, abotoaduras, anel e um tipo de rosário, todos também da marca suíça de diamantes Chopard e depois entregues a Bolsonaro, não foi interceptado pela Receita.
Um recibo oficial registrou a entrega desse segundo conjunto à Presidência em novembro de 2022, para compor o acervo pessoal do ex-presidente.
O que diz Bolsonaro
O ex-presidente disse que a todo momento buscou verificar a regularidade dos procedimentos, das normas aplicadas a esse caso, que tinham a finalidade, segundo ele, de evitar o que classificou de um “vexame diplomático” com a Arábia Saudita.
Bolsonaro disse em depoimento que, na visão dele, se essas joias ficassem perdidas, retidas na Receita Federal, isso poderia chegar aos ouvidos do governo saudita, o que poderia causar constrangimento.