A senadora Damares Alves (Republicanos) negou, nesta sexta-feira (10), envolvimento com o caso da crise sanitária e humanitária na terra indígena Yanomami.

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Em vídeo postado em suas redes sociais, a parlamentar destacou que “a esquerda mente, mente feio, jogo de narrativas”. 

Damares critica esquerda

“Eu era ministra dos Direitos Humanos da Mulher e da Famíla, a Funai não estava no meu ministério, não posso ser responsabilizada por uma função que não era minha. […] Esquerda tira de mim atribuição de cuidar dos índios e agora vem querer me responsabilizar!”, disse.

Damares ainda disse que como está fora do ministério há um ano não tem culpa do que ocorreu com os indígenas.

“Vocês acham que eu não choro com aquelas imagens? […] Sempre lutei pelos povos indígenas e sou mãe de uma indígena”, completou.

Indígenas no governo Bolsonaro 

Vale lembrar que só em 2022, segundo o governo federal, 99 crianças yanomami morreram. A causa das mortes foram doenças evitáveis como desnutrição, pneumonia e diarreia.

O agravamento na saúde dos indígenas, com casos graves de desnutrição severa, verminose e malária, ocorreu em meio ao avanço do garimpo ilegal na região.

A estimativa é que em toda a terra indígena Yanomami, 570 crianças morreram nos últimos quatro anos, na gestão de Jair Bolsonaro.

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Repercussão no Senado

A bancada do PSOL na Câmara dos Deputados quer que a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) responda no Conselho de Ética do Senado sobre a crise humanitária vivida pelos yanomami. 

Nesta sexta (10), o partido, que não elegeu nenhum senador, protocolou uma representação contra a parlamentar no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa. 

Segundo o documento, enquanto esteve à frente da pasta da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares utilizou a máquina pública para promover uma política “etnocida e racista” contra os povos originários, em especial os Yanomami. 

O documento, que traz vários anexos de fotos feitas na terra indígena, ressalta ainda que a ministra perpetuou, junto ao ex-presidente da Funai, Marcelo Xavier, e Bolsonaro, uma “política de morte”. 

Caso a denúncia seja aceita e avance no colegiado, as penas previstas vão de medidas disciplinares – como advertência, censura e perda temporária do exercício do mandato –, até a mais severa: a perda do mandato.