O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que vai completar 100 dias à frente do governo federal, no próximo dia 10, enfrentou nestes primeiros três meses, um total de oito grandes crises humanitárias. 

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Desastres naturais, destruição de prédios públicos e ataques em escolas foram alguns dos desafios do presidente.

De acordo com o levantamento do Portal Norte, a cada 12 dias, o governo Lula enfrentou uma crise. 

A maioria das situações de emergência abrange as questões de segurança pública e de saúde. 

Atos antidemocráticos

A primeira grande crise foram os atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro.

Diversos ônibus chegaram ao acampamento em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, nos dias 7 e 8 de janeiro. 

No domingo, às 14h, os criminosos percorreram 8 km até a Praça dos Três Poderes, escoltados pela Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF).

Os vândalos invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF). Destruíram obras de arte, móveis, quebraram espelhos, vidros e janelas, depredaram computadores e roubaram armas.

Lula decretou intervenção federal no governo do Distrito Federal e o ministro da Justiça, Flávio Dino, acompanhou as investigações da Polícia Federal para prender os golpistas. 

Crise Yanomami

Alguns dias depois, em 21 de janeiro, o presidente foi para a região Norte, em Roraima, para combater a crise sanitária na Terra Indígena Yanomami. 

Só em 2022, segundo o governo federal, 99 crianças Yanomami morreram.

Entre as causas das mortes estão pneumonia, diarreia e outras doenças evitáveis.

O agravamento na saúde dos indígenas, com casos graves de desnutrição severa, verminose e malária, ocorreu em meio ao avanço do garimpo ilegal na região.

A estimativa é que em toda a Terra Indígena Yanomami, 570 crianças morreram nos últimos quatro anos, na gestão de Jair Bolsonaro.

O governo federal solicitou a saída dos garimpeiros da região e a Polícia Federal iniciou a destruição de dragas, caminhões e instrumentos utilizados pelos garimpeiros. 

Chuvas no Amazonas, Acre e  litoral de São Paulo

Em 18 de fevereiro, chuvas intensas destruíram estradas e provocaram deslizamentos no litoral do estado de São Paulo. 

As praias com maior volume de chuva foram São Sebastião e Bertioga, no Litoral Norte, e Peruíbe, no Litoral Sul.

Cerca de 85 pessoas morreram durante os alagamentos na região, que contaram com casas e ruas inundadas.

Na região Norte, o Amazonas e o Acre enfrentaram fortes chuvas durante o fim do mês de março.

Em Manaus, o bairro Jorge Teixeira, sofreu com deslizamentos e oito pessoas morreram. 

Já na Comunidade Manaus 2000, casas foram arrastadas pela correnteza. Ao todo, 172 famílias ficaram desabrigadas. 

Em Rio Branco, segundo Defesa Civil do município, mais de 3,2 mil estão desabrigados e 11,5 mil desalojados depois de enchentes por conta da alta do Rio Acre e seus afluentes.

Recursos para a recuperação de bairros e rodovias foram repassados para os estados e cidades afetadas. 

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Ataques violentos no Rio Grande do Norte

Em 13 de março, uma onda de violência tomou a cidade de Natal, capital do Rio Grande do Norte, e outras regiões do estado. 

Postos foram incendiados, lojas saqueadas, prédios públicos, comércios e veículos estão sendo incendiados por uma facção criminosa. 

Depois de ataques a ônibus e linhas férreas, a prefeitura de Natal recolheu a frota de ônibus nas garagens e suspendeu a operação de trens urbanos na cidade. 

O ministro da Justiça, Flávio Dino, foi para Natal apoiar o trabalho das forças de segurança do Estado e enviou agentes da Força Nacional para auxiliar as ações. 

Ataques em escolas

No dia 27 de março, uma escola estadual em São Paulo foi atacada por um dos estudantes. O investigado atacou uma professora com facadas e depois foi imobilizado. A professora Elisabete Tenreiro, de 71 anos, morreu. 

O agressor está internado em uma unidade da Fundação Casa e dois outros estudantes estão sendo investigados por envolvimento no crime. 

Na última quarta-feira (5), um homem de 25 anos invadiu uma creche em Blumenau, Santa Catarina. Com uma machadinha, ele desferiu golpes em crianças e quatro delas, com idades entre 4 e 7 anos, morreram. 

Outras cinco crianças ficaram feridas e foram levadas para hospitais da região. O homem, depois de atacar a creche, se entregou para a Polícia Militar.