Nos últimos anos, o futebol brasileiro testemunhou um aumento significativo na presença de treinadores estrangeiros, marcando uma mudança notável na dinâmica do esporte.

Com onze estrangeiros atualmente liderando times na elite do Brasileirão, a temporada mais recente fez história ao superar em número os técnicos brasileiros.

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Esse fenômeno teve início em 2019, impulsionado pelo sucesso de Jorge Jesus no Flamengo, conquistando o Brasileirão e a Libertadores.

Desde então, 37 técnicos estrangeiros assumiram times da Série A até 2023, refletindo uma preferência crescente dos clubes brasileiros por expertise internacional.

O possível ingresso do italiano Carlo Ancelotti como técnico da Seleção Brasileira em 2024 marca uma potencial reviravolta de 60 anos na tradição de treinadores nacionais.

Ancelotti, ainda não confirmou o cargo. Por outro lado, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, já admitiu o acordo com o técnico estrangeiro.

No entanto, há vozes contrárias a essa tendência. Giba Damiano, técnico mineiro, atualmente na Inglaterra, destaca a necessidade de uma reformulação no sistema educacional de treinadores no Brasil.

Ele aponta para a evolução desde 2016, quando a CBF Academy foi inaugurada, aproximando a formação brasileira do padrão europeu.

Damiano ressalta a exigência europeia, onde ser head coach demanda cerca de 20 anos de estudo e rigoroso processo de contratação.

Ele destaca a disciplina e adaptabilidade como cruciais para o desenvolvimento de jogadores, elementos fundamentais que podem impulsionar os treinadores brasileiros no cenário internacional.

“Até pouco tempo atrás, para ser técnico no Brasil, só precisava formação de Educação Física. Foi em 2016, com a abertura da CBF Academy, que o Brasil começou a se aproximar do nível europeu de formação”, disse.

Contrastando com essas perspectivas, Paulo Cesar Vasconcellos, comentarista da Globo, aponta que a preferência por treinadores estrangeiros muitas vezes decorre da tentativa de replicar casos de sucesso recentes.

Além disso, ele destaca que a visão sobre técnicos brasileiros já carrega ressalvas antes mesmo do início do trabalho, intensificando-se com a decisão da CBF de buscar alternativas no exterior.

Assim, o futebol brasileiro vive um momento de transformação, equilibrando a influência estrangeira com esforços internos para fortalecer a formação e a confiança nos treinadores nacionais.

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