A vazante histórica, que atinge gravemente a região amazônica, revelou quatro sítios arqueológicos em diferentes pontos do Estado do Amazonas e, no entorno de um deles, na capital.

Dessa forma, o Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb) participou, nesta quinta-feira (16), de uma reunião intergovernamental a convite do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

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O objetivo foi reunir secretarias municipais, estaduais e federais, para consolidar um grupo de trabalho técnico visando a proteção, salvaguarda e ações de documentação, registro e fiscalização desses bens.

A estiagem, que é a pior dos últimos 121 anos, apesar dos impactos da seca, deixou os cursos d’água baixíssimos, como o rio Negro abaixo dos 12 metros, revelando sítios arqueológicos como o da ponta das Lajes.

O sítio, que havia aparecido em 2010, apareceu pela segunda vez agora, de forma mais intensa, diante da extrema vazante.

Apesar das imensas dificuldades de uma vazante extrema como a que Manaus e o Amazonas passam agora, a natureza evidencia uma riqueza no afloramento arqueológico em toda a bacia amazônica, desde Tabatinga até cidades ao longo do rio Negro.

Guarda, preservação, fiscalização e também educação patrimonial devem compor as atividades do grupo de trabalho que será criado pelo Iphan-AM por meio de uma portaria, com duração inicial de um ano.

Ponta das Lajes

Com cronologia estimada entre mil e 2.000 anos atrás, a ponta das Lajes possui petróglifos, isto é, blocos rochosos nos quais há registros rupestres que representam figuras humanas.

Em sua maior parte, as representações são de rostos, que a comunidade local chama popularmente de “caretas”, mas há também gravuras e uma área de oficina lítica com marcas de amoladores.

O sítio das Lajes ainda possui bacias de polimento locais em que, há milhares de anos, povos originários confeccionavam suas ferramentas, como machadinhas.

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