O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve tratar sobre a crise Guiana e Venezuela nesta quinta-feira, 29, em Georgetown, capital da Guiana. Lula se reunirá com o chefe de governo do país vizinho, Irfaan Ali.

A reunião para tratar da crise Guiana e Venezuela será em agenda bilateral. A viagem de Lula tem como principal compromisso a participação, como convidado especial, do encerramento 46ª Cúpula de Chefes de Governo da Comunidade do Caribe.

No entanto, o encontro do anfitrião com o presidente brasileiro está confirmado. Um dos assuntos que eles deverão discutir é a crise entre Guiana e Venezuela pelo território de Essequibo, que é disputado pelos dois países vizinhos ao Brasil.

Roraima, sobretudo, está no ‘olho do furacão’ por fazer fronteira com os dois países. A embaixadora Gisela Padovan, secretária de América Latina do Ministério das Relações Exteriores (MRE), disse que o Governo irá procurar uma solução negociada.

“O Brasil não se manifesta a respeito do cerne da questão entre Guiana e Venezuela, porque não nos compete. O que nos compete é facilitar o diálogo, a nossa posição se baseia em defender que o problema e a solução são uma questão bilateral, de respeito aos tratados internacionais, que é base da nossa Constituição”, argumentou.

Guiana e Venezuela: entenda a crise

Em dezembro de 2023, os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e da Guiana, Irfaan Ali, assinaram declaração conjunta em que os dois países se comprometem a não usar força um contra o outro na disputa pelo território de Essequibo.

Em janeiro deste ano, em Brasília, foi realizada uma segunda rodada de diálogo sob mediação do governo brasileiro.

No fim do ano passado, a Venezuela realizou consulta popular que aprovou a incorporação de Essequibo, região disputada pelos dois países há mais de um século, que perfaz quase 75% do território da Guiana.

O governo venezuelano também autorizou a exploração de recursos naturais na região e nomeou um governador militar para área. O governo brasileiro chegou a reforçar a presença as tropas militares em Roraima, que faz fronteira com os dois países.

O Brasil é o único país que faz fronteira simultânea com Guiana e Venezuela, e um eventual conflito militar poderia ameaçar parte do território brasileiro em Roraima.

Disputa por Essequibo

Essequibo está sob o controle da Guiana desde o fim do século 19 e representa 70% do atual território do país. Lá moram 125 mil pessoas.

Desde 1841 o território é disputado por Venezuela e Guiana.

Em 2015 a disputa ficou mais acirrada, pois foi descoberto petróleo na região.

Estima-se que na região existam reservas de 11 bilhões de barris, sendo que a parte mais significativa é “offshore”, ou seja, no mar, perto de Essequibo.

Fonte: Agência Brasil