Segundo o presidente-diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, a suspensão da distribuição e da aplicação de pelo menos 25 lotes da vacina CoronaVac deve ser encarada com tranquilidade e serenidade.

Na última sexta, 3, a agência anunciou que mais de 12 milhões de doses da vacina passaram por processos de produção em uma fábrica na China que não foi inspecionada pela Anvisa e, por isso, terão o uso suspenso no Brasil.

Outros 9 milhões de doses desses lotes estão em tramitação de envio e podem chegar ao Brasil em breve.

Ainda segundo o presidente-diretor, por enquanto, os estados e municípios não devem utilizar as vacinas contidas nos lotes. Além disso, quem recebeu doses que foram alvo da suspensão deverá ser acompanhado pelas autoridades de saúde, disse o diretor da Anvisa.

“A primeira providência é não usar. Aquelas [doses] que eventualmente já tenham sido utilizadas, as pessoas que já tenham sido vacinadas, essas pessoas serão monitoradas”, disse Barra Torres.

Pelo menos treze estados e o Distrito Federal confirmaram, através das Secretarias de Saúde, que receberam vacinas desses lotes e que estão entrando em contato com os municípios para suspender a aplicação.

Parte das doses dos lotes suspensos recebidos já foram aplicadas por quatro desses estados: Rio Grande do Norte, Paraíba, Rio de Janeiro e São Paulo.

Cerca de 19% do total de 21 milhões de doses da CoronaVac já aplicadas, corresponde ao número verificado em São Paulo, disse, em nota, a Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo. No comunicado, a pasta afirmou ainda que não foram observadas ‘intercorrências em termos gerais’ nas pessoas que receberam esses imunizantes.

O diretor da Anvisa afirmou que, além do monitoramento feito pelo Ministério da Saúde, haverá um acompanhamento por parte da própria agência para as pessoas vacinadas com doses interditadas.

“Existe a monitorização feita pelo próprio Ministério da Saúde, existe a monitorização feita pela Anvisa, e pelas vigilâncias locais. Então são pessoas que serão observadas e, obviamente, qualquer necessidade de ajuste vacinal para o futuro, ele será feito”, disse Barra Torres.

As vacinas envasadas em fábrica não certificada, segundo a chefe de assuntos regulatórios e de qualidade do Instituto Butantan, Patrícia Meneguello, não oferecem riscos à população. Ela ressaltou ainda que essas doses passaram pelo processo de controle de qualidade do Butantan.

“Todos esses lotes que vêm da China, que vêm da Sinovac pro Butantan, eles são analisados pelo nosso time de qualidade, não só documentalmente, mas, também, a gente analisa o produto, e a gente não teve nenhum indício de problema de qualidade”, explicou.

A suspensão das doses produzidas na fábrica não certificada tem o prazo de 90 dias.

A agência vai trabalhar na avaliação das condições de boas práticas de fabricação da unidade não inspecionada para saber se a qualidade, a segurança e a eficácia da vacina estão comprometidas, e qual o impacto para a população vacinada com essas doses.

“Não cabia outra decisão a não ser promover a interdição cautelar. Interdição cautelar é preventiva de qualquer eventual problema. Nesse meio tempo, uma vez instalada a interdição, prosseguem as tratativas, os diálogos com o instituto para que os documentos necessários sejam apresentados”, disse Barra Torres.

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