O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu nesta terça-feira (23), no Palácio do Planalto, o presidente do Banco Africano de Desenvolvimento, Akinwumi Adesina. A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, acompanhou a reunião, que teve duração de cerca de uma hora. 

Banner Obras Acre 300x225

Adesina está em sua terceira visita ao Brasil, país que faz parte do banco desde 1983 como membro extrarregional. Nas duas visitas anteriores, como representante do governo nigeriano, ele conheceu programas e políticas sociais do país e visitou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

“Obrigado por sempre colocar a África como uma prioridade. E seu discurso na Cúpula da União Africana demonstrou isso. Obrigado pelos esforços para que a União Africana fosse parte do G20 e parabenizo sua liderança por chamar a atenção do mundo para a necessidade de desenvolvimento, do combate à fome e à pobreza”, afirmou Adesina, nesta terça-feira.

Após reunião com a ministra Nísia Trindade (Saúde), Adesina falou sobre os planos de investimento no setor. “Vamos investir 3 bilhões de dólares para desenvolver capacidade de produção de fármacos. Hoje a África importa 80% dos medicamentos que consome”, disse ele, destacando que o Brasil pode ajudar muito a África com tecnologia, capacidade de produção de fármacos e experiência de universalização da saúde.

O executivo também demonstrou muito interesse na atuação da Embrapa, com a transformação do Cerrado em área produtiva, “a savana africana é muito semelhante ao Cerrado”. Adesina parabenizou ainda o presidente Lula pela Aliança Global contra a Fome, iniciativa que será lançada pelo Brasil no âmbito do G20.

“Tudo o que estiver ao alcance do Brasil para colaborar com o desenvolvimento africano, em todas as áreas, nós vamos fazer”, afirmou o presidente Lula, ao recordar iniciativas de cooperação e apoio ao continente africano realizadas em seus mandatos anteriores, como a produção de medicamentos antirretrovirais em Mocambique; a instalação de um escritório da Embrapa em Gana; a abertura de um escritório do SENAI em Angola; a criação da universidade aberta em Moçambique; e a criação da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), no Brasil.

“Tudo isso comprova que você está visitando um país amigo da África”, prosseguiu Lula. “Estamos comprometidos com o desenvolvimento da África. Defendemos que uma parte da dívida dos países africanos com os bancos multilaterais seja transformada em investimentos no desenvolvimento, principalmente de infraestruturas”, pontuou, recordando o programa da União Africana PIDA (sigla em inglês para Programme for infraestructure Development in Africa).