O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, foi preso na manhã desta quarta-feira (3), durante uma operação da Polícia Federal (PF), em Brasília.

A PF também fez buscas na casa de Bolsonaro.

Batizada Venire, a ofensiva cumpre outros cinco mandados de prisão preventiva e vasculha 16 endereços em Brasília e no estado do Rio de Janeiro.

As ordens foram expedidas como parte do inquérito das milícias digitais, que tramita sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, no Supremo Tribunal Federal (STF).

A ação da PF nesta quarta investiga uma quadrilha suspeita de inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.

Ao todo estão sendo cumpridos seis mandados de prisão. Entre os presos na operação estão:

  • o coronel Mauro Cid Barbosa, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro;
  • o policial militar Max Guilherme, que atuou na segurança presidencial durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro;
  • o militar do Exército Sérgio Cordeiro, que também atuava na proteção pessoal de Bolsonaro;
  • o secretário municipal de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha.

Até às 7h, todas as prisões já tinham sido cumpridas.

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Casa de Bolsonaro

Um dos alvos dos mandados de busca e apreensão cumpridos pela PF foi a casa do ex-presidente Jair Bolsonaro, em Brasília, no Jardim Botânico.

Durante a operação foram apreendidos celulares do ex-presidente Jair Bolsonaro e da ex-primeira dama Michele Bolsonaro.

O material foi levado para análise e a PF quer colher depoimento de pessoas envolvidas no caso.

Mauro Cid tinha um depoimento marcado para esta quarta (3) na Polícia Federal sobre o caso das joias sauditas trazidas pelo ex-ministro de Minas e Energia do governo Bolsonaro, Bento Albuquerque.

O material avaliado em R$16,5 milhões ficou retido no aeroporto de Guarulhos em outubro de 2021.

Durante a operação, a Polícia Federal convidou o ex-presidente Jair Bolsonaro para prestar depoimento ainda nesta quarta (3).

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Investigações

A inclusão dos dados falsos aconteceu entre novembro de 2021 e dezembro do ano passado.

A investigação aponta que as pessoas beneficiadas conseguiram emitir certificados de vacinação e usaram os dados falsos para burlar restrições sanitárias impostas pelos governos do Brasil e dos Estados Unidos.

A operação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, dentro do inquérito das “milícias digitais” que já tramita no STF.

Os fatos investigados configuram em tese os crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.