Pesquisadores encontraram neste mês, um pássaro ‘extinto’ há 140 anos em Papua-Nova Guiné. A procura pelo ave durou cerca de um mês, após a longa espera, cientistas conseguiram encontar o animal.

O pombo-faisão-de-nuca-preta (Otidiphaps nobilis insularis), foi documentado por cientistas pela primeira vez em 1882, e, desde então, nunca mais oficialmente visto.

+ Envie esta notícia no seu WhatsApp

+ Envie esta notícia no seu Telegram

Pássaro ‘extinto’ há 140 anos

Foram necessárias diversas expedições, numa união de funcionários do museu local e ornitólogos estrangeiros, para rever o animal.

Foi um mês inteiro de excruciante espera em Fergusson, uma ilha acidentada no Arquipélago D’Entrecasteaux, no leste do país, onde ocorreu a primeira documentação da criatura.

O terreno montanhoso dificultou o trabalho da equipe, que ouviu de membros da comunidade que o pássaro não era visto há décadas.

“Durante grande parte da viagem, parecia que não tínhamos chance de encontrar esse pássaro”, disse Jordan Boersma, colíder da expedição e pesquisador de pós-doutorado no Cornell Lab of Ornithology. “

RELACIONADAS

+ Mudanças climáticas podem extinguir 65% dos insetos do mundo

+ Espécie rara de coruja é descoberta na África Central

+ Proteção da Mata Atlântica ajuda a conservar cervídeos ameaçados

+ Austrália anuncia plano para conter extinção de plantas e animais

Procura incansável

Dois dias antes da saída programada da ilha, veio a surpresa: o pombo-faisão-de-nuca-preta teve sua imagem capturada por uma câmera montada.

Segundo os cientistas participantes, foi como encontrar um unicórnio, um momento que todo conservacionista e observador de pássaros sonha por toda a vida.

O pombo-faisão-de-nuca-preta é um animal grande, que caminha pelo chão e carrega uma cauda larga, a ciência pouco conhece da espécie, no entanto, e se acredita que sua população seja pequena e ameaçada, diminuindo mais a cada ano.

Para encontrá-la, os pesquisadores precisaram da ajuda dos moradores locais, especialmente caçadores que relataram ter ouvido ou visto espécimes.

Eles ganharam confiança ao ouvir o nome local do pássaro, “Auwo”, e sentiram estar chegando perto de ver um deles.

Câmeras

Foram posicionadas, então, 12 armadilhas fotográficas nas encostas do monte Kilkerran, o maior da ilha, além de 8 câmeras em locais onde os caçadores reportaram terem visto o animal no passado.

Augustin Gregory, um desses caçadores, foi essencial para o achado, relatando ter ouvido e visto um espécime em um local íngreme entre vales.

Encontrando uma encosta com essa descrição a 975 metros de altura, próxima ao rio Kwama, acima da vila de Duda Unana, uma câmera foi deixada no local: e foi ela que capturou as imagens da criatura.

Chocados pela descoberta, os cientistas e a comunidade local estão focados, agora, em proteger o pombo-faisão-de-nuca-preta, cujo número populacional é desconhecido.

A ave representa, ainda, uma esperança para que outras espécies supostamente desparecidas ainda sejam vistas na natureza.