O desmatamento na Amazônia e no Cerrado atingiu níveis recordes em fevereiro, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Após o cenário positivo de janeiro, o Inpe não registrou dados favoráveis no mês de fevereiro.

As ‘áreas de alerta’ para o desmatamento na Amazônia subiram em 62% em relação ao mês de fevereiro do ano passado, se tornando assim o pior índice da série histórica, iniciada em 2015.

+ Envie esta notícia no seu WhatsApp

+ Envie esta notícia no seu Telegram

No cerrado a devastação é mais expressiva, aumentando em 97% o comparativo ao ano de 2020.

Em somatória, o Brasil teve uma perda de quase 880 km² desses biomas em território.

RELACIONADAS

+ Desmatamento: janeiro de 2023 registra redução de 61% em alertas na Amazônia

+ Desmatamento no Cerrado registra alta de 20% em 2022, aponta Ipam

+ Desmatamento: Região Norte concentra 66% dos alertas em fevereiro

Estados mais afetados

De acordo com as informações do Inpe, os estados mais afetados com a destruição da Amazônia Legal são: Mato Grosso (161,8 km²), Pará (46,4 km²), Amazonas (46,3 km²) e Roraima (31,1 km²).

O estado do Acre, na região norte do país, e Maranhão, na região do nordeste, tiveram aproximadamente 4 km² sob alerta, cada.

Área de cerrado desmatada para plantio – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em relação ao cerrado o instituto destacou a Bahia (268 km²), Tocantins (67,5 km²), Piauí (63,2 km²) e Maranhão (51,6 km²) com os piores aumentos.

Motivos do desmatamento

Os motivos são diversos, mas conforme o Inpe, mais de 90% das áreas desmatadas são para a agropecuária.

A destruição da vegetação é realizada, principalmente, para dar lugar a pastagens e a plantação de soja.

Área preparada para monocultura ou pecuária – Foto: Wikimedia/Bruno Kelly/Amazonia Real.

Medidas de combate ao desmatamento

Conforme o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), medidas serão efetuadas, juntamente ao Ibama, ICMBio e o Serviço Florestal Brasileiro.

O objetivo é intensificar a fiscalização de atividade madeireira ilegal.

Em nota, a pasta também alertou para a instabilidade dos dados durante o período mais carregado de nuvens na Amazônia.

A organização não-governamental, World Wildlife Fund (WWF), também destacou o período climático e o impacto nos dados.

“O que podemos afirmar com clareza é que os eventos climáticos estão afetando de forma mais recorrente o Brasil e que o controle do desmatamento é fundamental para atenuar as perdas. As ações anunciadas pelo atual governo são bem-vindas, mas é necessário que toda a sociedade participe desse processo de reconstrução ambiental”, disse a gerente de Conservação do WWF-Brasil, Mariana Napolitano.