A rede escolar pública e privada do Rio de Janeiro vai ganhar um aplicativo com um ‘botão de pânico’ para evitar ou conter ataques em sala de aula.

A medida foi anunciada nesta quinta-feira (30) pelo governador Cláudio Castro (PL), junto com outras ações para identificar e conter casos de violência nas escolas.

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O app ‘Rede Escola’ será desenvolvido nos moldes do Rede Mulher, que foi anunciado no carnaval para denunciar casos de violência de gênero.

“Assim como fizemos na ‘Rede Mulher’, que tem sido um sucesso, [terá] botão de pânico, com possibilidade de dos alunos acessarem rápido”, explicou o governador.

Na proposta apresentada pela Polícia Militar, a escola pode fazer denúncias e acionar o 190 através desse botão de emergência.

“Não só o aluno, mas também o profissional da educação e o professor”, acrescentou Castro.

A decisão foi tomada após uma reunião com representantes das polícias Civil e Miltar, da educação estadual e municipal, incluindo o reitor da Uerj, Mario Sergio.

Mais medidas

Também ficou definida a implantação de um Comitê Permanente de Segurança Escolar com representantes de vários órgãos do governo e entidades civis.

Outra medida anunciada é a criação de um grupo de trabalho, na área de Inteligência da Polícia Civil, para apuração de casos de incitação à violência em escolas nas redes sociais.

De acordo com a secretária estadual de educação, Roberta Barreto, a meta do governo é recorrer a ações tecnológicas, administrativas e de formação da comunidade escolar.

“Estamos vivendo um momento de reflexão que requer ação imediata não só do poder público, mas de toda sociedade. Queremos uma cultura de paz nas escolas que combata as diversas formas de violências“.

Tentativa de ataque em escola no Rio

Não só o caso que ocorreu em São Paulo chamou a atenção das autoridades do Rio para pensar em uma iniciativa.

Um dia após o que houve na Escola Thomazia Montoro, na Vila Sônia, um aluno de 15 anos foi detido depois de tentar esfaquear colegas em uma escola na Zona Sul da cidade.

Segundo a Polícia Militar, uma unidade da patrulha escolar foi acionada última terça (28), no interior da Escola Municipal Manoel Cícero, na Gávea.

Funcionários utilizaram uma cadeira para conter o agressor, que acabou se ferindo na cabeça, sem gravidade.

Ele foi conduzido pelas forças de segurança para o Hospital Municipal Miguel Couto, onde foi atendido e depois seguiu para a delegacia para prestar depoimento.

Posicionamento da Secretaria de Educação

O secretário municipal de educação, Renan Ferreirinha, se pronunciou sobre o caso em seu perfil no Twitter.

“A escola conseguiu acionar a polícia rapidamente e o aluno está sendo interrogado na delegacia. Nosso agradecimento à diretora Jaqueline e sua espetacular equipe escolar”, informou.

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Sobrevivente do massacre de Realengo será indenizado

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) condenou a prefeitura a indenizar em R$ 30 mil, por danos morais, um sobrevivente do massacre de Realengo.

A decisão tomada pela 15ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça foi divulgada nesta quarta-feira (29).

A chacina ocorreu em abril de 2011, quando um ex-aluno da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na Zona Oeste, invadiu a unidade e matou 12 estudantes.

O sobrevivente era um dos alunos da escola e tinha 12 anos na época do ataque, que conseguiu escapar por ter se escondido do assassino.

No pedido, a vítima alegou ter sofrido trauma e intenso medo, e que por isso passou a ser submetido a acompanhamento psicológico.

Na mesma decisão, a Justiça isentou o Governo do Estado de responsabilidade no episódio.

A Procuradoria-Geral do Município do Rio de Janeiro informou que foi notificada sobre a determinação na última sexta (24) e está analisando se vai recorrer.

Estudantes fazem ato em frente à Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo – Foto Tânia Rêgo/Agência Brasil