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Seca coloca 5 municípios do Amazonas em estado de emergência; veja fotos

Após sofrerem com a subida dos rios, de maio a julho deste ano, os municípios de Amaturá, Alvarães e Uarini voltam a declarar situação de emergência meses depois. Agora, a situação envolve a estiagem que está dificultando a vida no interior do estado.

De acordo com a Defesa Civil do Amazonas, as bacias do Juruá, Purus, Madeira, Médio e Alto Solimões estão em estado de alerta por conta da vazante dos rios.

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Amazonas

A seca no Amazonas já castiga mais de três mil pessoas em Tefé, a 522 km de Manaus. Muitos já sofrem com a falta de água potável.

Segundo dados do boletim de monitoramento do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) divulgado na sexta-feira (14), a vazante na bacia do Rio Solimões está em processo de vazante e no limite inferior da zona da normalidade.

Já na Bacia do Rio Purus, os níveis em Beruri também se encontram inferiores da zona de normalidade.

Levantamento realizado na última sexta pela Defesa Civil do Amazonas, através do Centro de Monitoramento e Alerta (Cemoa), o estado tem dois municípios em estado de atenção, dois em estado de emergência e 41 em situação de alerta.

Municípios em Situação de Atenção

Calha do Rio Negro: Santa Isabel do Rio Negro e São Gabriel da Cachoeira.

Municípios em Situação de Alerta

Calha do Juruá: Guajará, Ipixuna, Envira, Itamarati, Eirunepé, Carauari, Juruá;

Calha do Purus: Boca do Acre, Pauini, Lábrea, Canutama, Tapauá, Beruri;

Calha do Madeira: Humaitá, Apuí, Manicoré, Novo Aripuanã, Borba, Nova Olinda do Norte;

Calha do Alto Solimões: Atalaia do Norte, Tabatinga, São Paulo de Olivença, Amaturá, Santo Antônio do Içá e Tonantins;

Calha do Médio Solimões: Jutaí, Fonte Boa, Japurá, Maraã, Uarini, Alvarães e Coari;

Calha do Baixo Solimões: Codajás, Anori, Anamã, Caapiranga e Manacapuru, Iranduba, Manaquiri, Careiro Castanho e Careiro da Várzea.

Municípios em Situação de Emergência

Calha do Médio Solimões: Tefé;

Calha do Alto Solimões: Benjamin Constant.

Amaturá

Em Amaturá, a situação de emergência por conta da seca no município foi declarada por 90 dias na sexta-feira (14) pelo prefeito em exercício, Evandro Lopes Nunes (Avante), e divulgada no Diário Oficial dos Municípios (DOM) desta segunda-feira (17).

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2021, Alvarães tem 11.934 habitantes.

Em maio, o município já havia declarado situação de emergência por 120 dias em meio a subida dos rios. A cheia na cidade afetou 9.447 pessoas nas zonas urbana e rural.

“O fenômeno de estiagem dizima as plantações e criações de animais, essenciais no sustento básico das famílias; este desastre tem como consequência danos e prejuízos econômicos, sociais, humanos, materiais e ambientais irreparáveis”, diz um trecho do DOM.

A seca também dificulta a locomoção, o acesso a saúde e alimentação.

“A estiagem dificulta o acesso da comunidade por meio fluvial. De acordo com o relatório da coordenação municipal de defesa civil, centenas de pessoas estão isoladas em suas comunidades, somente com córrego de acesso, dificultando a entrada de alimentos e materiais básicos de higiene”, finaliza o trecho do DOM.

O Portal Norte entrou em contato com assessorias de comunicação e secretários da Defesa Civil de Amaturá, para saber mais sobre a quantidade de pessoas afetadas e os prejuízos na região. Porém, até a publicação desta reportagem não foi enviada resposta.

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Alvarães

A situação de emergência por conta da seca no município foi declarada por 180 dias na sexta-feira (14) pelo prefeito em exercício, Claudecy Brito Frazão (PSD), e divulgada no DOM desta segunda-feira (17).

Em junho deste ano, o município também já havia declarado por 180 dias situação de emergência por conta da subida dos rios. A cheia na cidade afetou 6.371 pessoas nas zonas urbana e rural.

Mesmo enfrentando problemas com a cheia, a gestão municipal contratou em agosto deste ano, por R$ 120 mil, o cantor Anderson Freire para a Marcha para Jesus, que ocorreu nos dias 22 e 23 de setembro no município.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2021, Alvarães tem 16.396 habitantes.

De acordo com o secretário da Defesa Civil do Município, Sidney Rodrigues da Silva, a estiagem já afeta a metade da população alvaraense.

‘A estiagem está bem severa e já atinge 8.868 pessoas, sendo 2.217 famílias. Dessas, 1.376 estão isoladas”, disse.

A maioria das famílias isoladas está localizada no leito do Rio Bauana, Rio Solimões e no Lago de Tefé.

A estiagem afeta mais de 74 comunidades e 11 localidades rurais que já perderam sua cultura de subsistência.

“A seca já traz consequências severas na saúde da população como a contaminação de água que consomem e que utilizam para uso doméstico”, diz um trecho do relatório.

Uarini

A situação de emergência por conta da seca no município foi declarada por 180 dias na sexta-feira (14) pelo prefeito, Antonio Waldetrudes Uchoa de Brito (PSD), e divulgada no DOM desta segunda-feira (17).

Em maio deste ano, o município também já havia declarado por 180 dias situação de emergência por conta da subida dos rios. A cheia na cidade afetou 8.432 pessoas na Zona Urbana e Rural.

Já a seca atinge 63 comunidades e 1.965 famílias na Zona Rural.

“O efeito da seca pode ser visto em rios de grande e médio porte, como também em pequenos rios da região, a estiagem tem atingindo a população local”, informou Rewel Lopes Machado, coordenador da Defesa Civil.

O município também sofre com a falta de água potável.

“Devido a esta situação, a população tem coletado águas das chuvas para seu consumo, e quando não consegue coletar água das chuvas tem que se deslocar para pegar água para o consumo em locais muito distantes já que a água disponível nos rios está contaminada devido à mortandade de peixes. Por conta do fenômeno, cerca de 63 comunidades estão sendo afetadas pela estiagem”, explicou.

A seca está causando danos e prejuízos econômicos, sociais, humanos, materiais e ambientais ao município.

” A área rural do município de Uarini está sendo um dos setores mais prejudicados com o desastre de estiagem, decorrente da ausência de chuvas significativas nas cabeceiras dos rios que banham o município. Devido à estiagem ocorrer no segundo semestre do ano, a perda de produção será em média de 50% acima do valor anual”, concluiu o coordenador da Defesa Civil local.

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