Ao menos 201 pistas de pouso operam em Territórios Indígenas na Amazônia. O estudo do MapBiomas também aponta que a distância entre as pistas de pouso e o garimpo é menor no interior das TIs.
O mapeamento revela que a terra do povo Yanomami possui cerca de 72 pistas de pouso, o maior número da região.
Logo atrás tem o território Raposa Serra do Sol com 58, Kayapó com 26 e Munduruku e Pista do Xingu com 21, cada um.
Dos cinco TIs com a maior quantidade de pista de pouso, três também lideram em maior extensão de área garimpada: Kayapó (13,79 mil ha), Munduruku (5,46 mil ha) e Yanomami (3,27 mil ha).
Já os Territórios Indígenas com mais pistas de pouso a menos de cinco quilômetros de distância de área de garimpo são: Yanomami, com 28 pistas (34%), Kayapó com 9 pistas (35%) e Munduruku, com 17 pistas de pouso (80%).
Água contaminada
Em 2022, a Amazônia concentrou 92% de toda a área garimpada no país, o que equivale a 241 mil hectares. Do total, 181 mil hectares (77%) ficam a menos de meio quilômetro de algum curso d’água. Os dados são do MapBiomas.
A pesquisa, referente a 2022, faz parte da Coleção 8 de mapas do MapBiomas sobre cobertura e uso da terra no Brasil e da Coleção 2 do mapeamento de superfície de água do MapBiomas Água no país até esse mesmo ano.
Conforme o coordenador técnico do mapeamento de mineração no MapBiomas, Cesar Diniz, da Solved, a proximidade das áreas de garimpo a menos de 500 metros de rios, lagos e igarapés, constitui alto risco ambiental e social ao bioma.
“Enquanto o desmatamento fica circunscrito à área garimpada, o assoreamento gerado pela movimentação de terra na proximidade das bordas de rios e igarapés e a contaminação da água pelo mercúrio, e mais recentemente por cianeto, alcançam áreas muito maiores”, explica Cesar Diniz.