O mundo abriga mais de 50 mil espécies de aranhas catalogadas, conforme aponta o Museu de História Natural de Berna, na Suíça. Embora a maioria desses animais seja inofensiva, algumas espécies ganham destaque entre os animais mais perigosos, como a aranha-violinista.

O aracnídeo, também conhecido como aranha-violino e aranha-marrom, pertence ao gênero Loxosceles, caracterizado por aranhas de pequeno porte, que podem atingir entre 4 e 5 centímetros de envergadura, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.

Dessa forma, as aranhas de maior tamanho não são necessariamente as mais ameaçadoras. A aranha-violinista, por exemplo, tem um veneno que pode provocar necrose no local da picada e, em casos extremos, levar à morte.

Em fevereiro deste ano, uma mulher grávida teve necrose na perna após ser picada por uma aranha-violinista em São Paulo.

Letalidade do veneno da aranha-violinista

Um incidente em agosto deste ano trouxe à tona os perigos associados às aranhas venenosas. Giuseppe Russo, um jovem de 23 anos, faleceu em Collepasso, na região da Puglia, no sul da Itália, após complicações decorrentes de uma picada de aranha-violinista.

A vítima sofreu choque séptico e falência de órgãos vitais mais de um mês após ser picado na perna enquanto trabalhava no campo.

Segundo a agência de notícias Ansa, este é o segundo caso fatal relacionado a picadas de aranhas dessa espécie registrado durante o verão na Itália. Em julho, um policial siciliano de 52 anos, Franco Aiello, também morreu em decorrência de uma picada similar.

Sintomas da picada

Apesar de, em alguns casos, a picada da aranha-violinista ser indolor e passar despercebida, os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH) alertam que, dentro de horas ou dias, pode surgir dor intensa, vermelhidão e uma lesão necrótica no local.

O veneno da aranha-violinista tem efeito necrosante e causa lesões graves na pele que podem evoluir para úlceras. Em casos raros, ocorrem complicações sistêmicas e morte, segundo o NIH.

Nos quadros mais graves, a pessoa picada pode apresentar febre, calafrios e mal-estar geral, segundo informações da Academia Americana de Dermatologia (AAD).

A AAD recomenda lavar a área afetada com água e sabão, aplicar gelo para reduzir o inchaço e procurar atendimento médico imediato. O tratamento pode incluir medicamentos para dor, antibióticos e, em alguns casos, cirurgias para remoção de tecido necrosado.

Aranha-violinista no Brasil

O Ministério da Saúde classifica diversas espécies do gênero Loxosceles, conhecidas como aranha-marrom, aranha-violino ou aranha-violinista, como de importância significativa para a saúde pública, ao lado dos gêneros Phoneutria e Latrodectus.

“Elas possuem hábitos noturnos, constroem teias irregulares, como ‘algodão esfiapado’. Escondem-se em telhas, tijolos, madeiras, atrás ou embaixo de móveis, quadros, rodapés, caixas ou objetos armazenados em depósitos, garagens, porões, e outros ambientes com pouca iluminação e movimentação”, explica o órgão.

Os acidentes que envolvem o aracnídeo são mais frequentes de outubro a março, período que coincide com a sazonalidade dos acidentes ofídicos (por serpentes) e escorpiônicos.

A região Sul do Brasil registrou cerca de 80% dos casos, com 8.748 acidentes em 2023, dos quais 6.460 ocorreram nos estados sulistas.

A maioria das aranhas possui glândulas de veneno e pode causar envenenamento, com exceção das famílias Uloboridae e Holoarchaeidae, que não possuem as glândulas.

Em caso de acidente, o ministério recomenda lavar o local da picada, aplicar compressas mornas para aliviar a dor e buscar atendimento médico imediatamente. Se possível, deve-se levar a aranha para identificação ou uma foto nítida.

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