A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou, nesta segunda-feira (30), que recursos do Fundo Amazônia serão deslocados para ações emergenciais para resolução da crise sanitária na Terra Indígena Yanomami.
“É preciso combater a desigualdade com democracia e sustentabilidade”, disse Marina.
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A fome e casos de saúde agravam no povo Yanomami.
“Essas ações estão sendo tratadas em vários níveis, que envolvem: a questão da saúde; o tratamento ao problema da grave situação de fome, que está assolando as comunidades; a parte de segurança, para que essas pessoas possam ficar em suas comunidades, e isso tem a ver com operações de desintrusão do garimpo criminoso dentro dessas comunidades”, explicou a ministra.
Segundo Marina Silva, as ações estão sendo desenvolvidas no nível emergencial, mas também estrutural.
“De médio e longo prazo para que a desintrusão não venha a sofrer revés como já aconteceu no passado”, afirmou.
Segundo Marina Silva, serão 17 ministérios que vão trabalhar de forma integrada na questão da Terra Indígena Yanomami.
A ajuda também será para os povos indígenas kayapó e munduruku, que também foram extremamente impactados pelo garimpo ilegal.
Os quatro anos do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro também foram criticados pela ministra.
“Abandono completo durante quatro anos, não tenho dúvida que foi uma atitude genocida sob as populações indígenas brasileiras”, ressaltou.
Fundo Amazônia
A ministra ainda destacou a parceria com a Alemanha após a reunião com Svenja Schulze, ministra da Cooperação Econômica e Desenvolvimento alemã.
Schulze declarou a liberação de 35 milhões de euros para investimento imediato na Amazônia, por meio do Fundo Amazônia.
Além disso, as duas ministras anunciaram um novo fundo para combate do desmatamento nos estados com um aporte de 31 milhões de euros da Alemanha.
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Crise sanitária
Só em 2022, segundo o governo federal, 99 crianças Yanomami morreram. A causa das mortes foram por desnutrição, pneumonia e diarreia, doenças evitáveis.
O agravamento na saúde dos indígenas, com casos graves de desnutrição severa, verminose e malária, ocorreu em meio ao avanço do garimpo ilegal na região.
A estimativa é que em toda a Terra Indígena Yanomami, 570 crianças morreram nos últimos quatro anos, na gestão de Jair Bolsonaro.