A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), não está julgando o bolsonarismo e que a minuta do golpe apreendida pela Polícia Federal na casa do ex-ministro Anderson Torres não poderia ser usada como prova.
O advogado que é responsável pela defesa de Bolsonaro e Braga Netto, Tarcísio Vieira de Carvalho.
A defesa afirmou que a discussão do sistema eletrônico de votação não pode ser considerado um tema tabu na democracia e que a reunião foi um evento diplomático.
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“Tentativa de golpe conectada a reunião com embaixadores? Essa pretensão não dependeria de outros [fatos]? Alguém que vai praticar golpe vai perder tempo em desacreditar a Justiça Eleitoral? Disputar eleições? Liderou a baderna do dia 8 de janeiro? Nada disso aconteceu Houve um debate na reunião de julho, legítimo, salutar em torno do aprimoramento do sistema de votação”, destacou.
Carvalho reforçou que a conduta do ex-presidente ao atacar o sistema eleitoral representou colocações ácidas.
As falas ocorreram após o relator, ministro Benedito Gonçalves, ler por causa duas horas o relatório com o resumo do processo.
Já os advogados do PDT, autor do pedido de investigação, afirmaram que houve uma ação para desmoralizar as instituições dentro de uma estratégia golpista deflagrada pelo ex-presidente.
O advogado do PDT, Walber Agra, afirmou que as provas mostram que houve abuso de poder político, com uso de estrutura da administração pública, e do uso de meio de comunicação na reunião.
“Será que vamos entrar novamente de estágio de cegueira coletiva? Houve reunião para desmoralizar as instituições. Constrangeu servidores, usou TV Brasil, usou propaganda institucional para propagar fake news. Utilizou-se avião da FAB, ataques sistêmicos à democracia e principalmente aos ministros”, destacou.
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Minuta do Golpe
Ele defendeu o uso da minuta do golpe como prova. “A minuta do golpe não é o creme dela creme é apenas o ápice, vergonhoso de menosprezo da coisa pública, do regime democrático, das instituições”, afirmou.
Na primeira etapa do julgamento do TSE que acontece nesta quinta-feira (22) e pode deixar Bolsonaro inelegível, a defesa das duas partes argumentaram no plenário da Corte.