O ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem elaborou orientações para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) atacar as urnas eletrônicas.  A Polícia Federal (PF) encontrou documentos no computador de Ramagem, datados de 2020, que fundamentam a suspeita.

A obtenção dos documentos se deu a partir de quebra de sigilo autorizada pela Justiça no caso da “Abin paralela”. A investigação apura se Bolsonaro usou o órgão para monitorar adversários políticos e outras autoridades brasileiras.

Fraude nas eleições

Em um trecho, Ramagem afirma a Bolsonaro que ele teria vencido as eleições de 2018 no primeiro turno, mas que houve manipulação. 

“Por tudo que tenho pesquisado, mantenho total certeza de que houve fraude nas eleições de 2018, com vitória do Sr. no primeiro turno”, afirmou o ex-chefe da Abin.

Ramagem, hoje deputado federal (PL-RJ), assumiu a autoria dos textos, em depoimento à PF. No entanto, o parlamentar disse não se lembrar se fez os envios.

Por outro lado, em diversas ocasiões, as falas de Bolsonaro coincidem com os conteúdos preparados por Ramagem.  O ex-presidente questionou as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral brasileiro em lives, falas diretas com seus apoiadores e no evento com autoridades diplomáticas, realizado em Brasília.

Em outro trecho, Ramagem orienta sobre o tom a ser adotado por Bolsonaro. “Parece ser o momento do golpe para retorno da política anterior. Nenhuma crise conseguiu enfraquecer sua base e não aparenta haver políticos à altura de vencê-lo em 2022. Portanto, parece que a batalha maior será agora, requerendo atitude belicosa com estratégia”, escreveu.

Urnas

As urnas eletrônicas foram introduzidas no sistema eleitoral brasileiro em 1996, com utilização parcial nas eleições daquele ano e nas de 1998.  A partir de 2000, a utilização do equipamento passou a ser integral.

Apesar de inspecionado por diversas autoridades e especialistas, nunca houve comprovação de fraudes no sistema.

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