O Senado Federal aprovou na tarde desta terça-feira (8) a indicação de Gabriel Galípolo para presidir o Banco Central (BC). Foram 66 votos favoráveis e cinco contrários.

Galípolo comandará o Banco Central por quatro anos a partir de janeiro de 2025.

Mais cedo, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou por unanimidade o nome do economista. O presidente Lula indicou Galípolo para substituir Campos Neto.

Apesar do voto secreto, durante votação em Plenário, alguns parlamentares se manifestaram em relação a indicação de Gabriel Galípolo para o BC.

O senador Paulo Paim (PT-RS) destacou que “ficou muito claro” que Galípolo é um economista preparado”:

“Galípolo tem profundo conhecimento da relação entre o mercado, o Governo e o Congresso, uma visão clara sobre o funcionamento do sistema financeiro e do mercado em geral”, disse.

O senador Plínio Valério (PSDB-AM) destacou que Galípolo esteve em seu gabinete há algumas semanas afirmando que é favorável à autonomia financeira e fiscal do Banco Central.

Plínio é relator da PEC de autonomia do Banco Central: “Com isso, abriu o caminho para que eu pudesse votar a favor também”.

Já o senador Eduardo Girão (Novo-CE ) deixou “claro” o voto contrário:

“Meu voto vai ser contrário neste Plenário por uma razão muito simples. Tem muitas, porque fazer promessa de como vai agir a gente já viu de Ministro do Supremo aqui, fazendo todo tipo de promessa, e, quando chega lá, esquece tudo o que disse para os Senadores.

Gabriel Galípolo

Gabriel Galípolo, de 42 anos, é economista formado em Ciências Econômicas e mestre em Economia Política pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP).

Ele presidiu o Banco Fator, instituição reconhecida em programas de privatização e parcerias público-privadas (PPPs), de 2017 a 2021.

Além disso, fundou a Galípolo Consultoria em 2009, onde trabalhou até chegar ao Ministério da Fazenda. Atualmente, ocupa o cargo de diretor de Política Monetária do Banco Central do Brasil.

Sabatina

Durante sabatina, Galípolo destacou, primeiramente, a importância do BC no cumprimento do sistema de metas de inflação.

Galípolo afirmou que o BC atua para garantir a estabilidade da moeda brasileira e destacou que a atuação do Banco é eficaz na manutenção da meta de inflação.

Questionado se está sendo eficiente a limitação de juros de cartão de crédito em no máximo 100% do valor da dívida, ele garantiu que a “redução de juros é uma das agendas prioritárias para os próximos ciclos do Banco Central”.

Além disso, ele destacou o “crédito com garantia” como uma maneira de facilitar empréstimos.

Por fim, ele ressaltou que o Banco Central não tem papel sobre a regulamentação das bets. De acordo com o economista, a responsabilidade do BC é monitorar os impactos econômicos.

Ele citou ainda as consequências no consumo e no endividamento das famílias.