A SpaceX lançou, nesta terça-feira (5), o primeiro satélite de madeira do mundo, batizado de LignoSat. Desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Kyoto, em parceria com a empresa japonesa Sumitomo Forestry, o satélite foi enviado à Estação Espacial Internacional em uma missão da empresa de Elon Musk. Mais tarde, ele será colocado em órbita, a aproximadamente 400 km da superfície da Terra.

O nome “LignoSat” vem da palavra latina para “madeira” e reflete a principal inovação do projeto: explorar a viabilidade do uso da madeira como material para tecnologias espaciais. O satélite, compacto e com dimensões semelhantes ao tamanho da palma de uma mão, terá a missão de testar as propriedades desse recurso renovável no ambiente espacial.

A equipe de pesquisadores acredita que a madeira pode ser uma alternativa eficiente e sustentável na construção de equipamentos espaciais.

Takao Doi, ex-astronauta e professor da Universidade de Kyoto especializado em atividades espaciais humanas, expressou uma visão otimista sobre o potencial da madeira no espaço. Segundo ele, o uso desse material abre possibilidades para construir estruturas habitáveis em futuras missões para outros planetas, como a Lua e Marte.

“Com madeira, um material que podemos produzir e manejar de forma sustentável, podemos imaginar um futuro em que seja possível viver e trabalhar no espaço por longos períodos”, comentou Doi.

Madeira usada em satélite da SpaceX é mais resistente

Koji Murata, professor de ciências florestais também envolvido no projeto, relembra que os primeiros aviões do século XX eram construídos com madeira, o que indica que esse material já tem uma história de uso em contextos exigentes.

Ele destacou que, no espaço, a madeira pode ser ainda mais resistente, pois, em ausência de água e oxigênio, não corre o risco de deterioração por apodrecimento ou combustão espontânea.

Outro benefício significativo apontado pelos pesquisadores é o impacto ambiental reduzido que os satélites de madeira teriam ao reentrarem na atmosfera terrestre, uma vez que queimariam sem liberar resíduos poluentes, ao contrário dos satélites convencionais, feitos de metais que geram partículas tóxicas, como o óxido de alumínio.

Com esse primeiro teste, a equipe de Kyoto espera demonstrar a viabilidade do LignoSat e, eventualmente, levar essa tecnologia para outras missões de exploração espacial.

Com informações da CNN.