A entrevista da empresária Maria do Carmo ao Portal Norte segue gerando polêmica, principalmente, entre os amantes do carnaval amazonense.

Em uma das respostas, a pré-candidata à Prefeitura de Manaus disse na quarta-feira (17) que ‘detestava carnaval’, quando perguntada se gostava de carnaval ou festa junina em Manaus.

A declaração irritou carnavalescos da capital amazonense e provocou até publicação de nota de repúdio do Grêmio Recreativo Escola de Samba Mocidade Independente de Aparecida.

“Uma escola de samba não somente faz Carnaval, mas também é uma instituição social que abraça a comunidade onde está inserida com projetos sociais, visando na diminuição da violência no local. Uma escola de samba incentiva a população a conhecer a cultura brasileira e amazônida. Uma escola de samba salienta e impulsiona a geração de emprego e renda na cidade de Manaus”, informa parte da nota.

Em outra parte da nota, a agremiação diz que “ao afirmar que detesta o Carnaval, demonstra-se um preconceito com a cultura brasileira e com a própria história do samba amazonense”. O Carnaval de Manaus já foi considerado o segundo melhor do Brasil, ficando atrás apenas do Carnaval Carioca.

“Como instituição, buscamos apoio dos representantes do povo para incentivar a nossa festa e fazer a sociedade consumir cultura, seja a do Carnaval ou de outro meio artístico. E, na tentativa de buscar o cargo majoritário, virar as costas para um dos maiores segmentos artísticos culturais manauara aponta um descompromisso da pré-candidata com o Carnaval de Manaus”, acrescentou.

Entrevista

A empresária Maria do Carmo Seffair Lins, pré-candidata à Prefeitura de Manaus, concedeu entrevista ao Portal Norte e fez uma avaliação do atual cenário da capital amazonense. A entrevista compõe a cobertura do Norte Eleições 2024.

A pré-candidata é reitora do Centro Universitário Fametro e, na sua formação acadêmica, tem mestrado e doutorado em Direito.

Tópicos da entrevista

  • Sobre a sua estreia na política, na busca pela eleição ao cargo de Prefeita de Manaus, a senhora acredita estar preparada para este desafio?

“Absolutamente. Isso aí eu tenho absoluta certeza. Não só que estou preparada, como estou apta para enfrentar esse desafio. Isso eu posso dizer com muita segurança, porque nós sabemos quando estamos ou não preparados. Que nem um aluno, um estudante, quando ele vai fazer um exame, ele sabe exatamente ele se preparou bem ou não, e aí o resultado ele colhe lá na frente”.

  • Como você avalia Manaus atualmente?

Manaus desceu a ladeira do desenvolvimento (…) eu ando pela cidade, eu vejo a degradação pela qual passou, mas isso também está expresso nos números que estão aí e que são, lamentavelmente, números muito ruins (…) Venho trazendo essa bagagem, esse olhar da iniciativa privada, onde o gestor privado tem realmente muito mais responsabilidade no cumprimento dos orçamentos que ele se impõe do que os gestores públicos.

  • A pré-candidata acredita que um orçamento de R$ 9 bilhões é suficiente para fazer bem mais por Manaus em um ano?

“Eu tenho certeza que sim, porque, se ele é pensado, detalhado, para atender às necessidades, cabe ao gestor executá-lo com maestria (…) Quer dizer, os últimos, porque tem gestor público que é muito bom e sabe fazer isso. Então, trabalhar com isso é uma obrigação de quem se candidata a exercer esse encargo, que não é nem o cargo. Então, chegar lá e depois dizer que está faltando para isso, não. Isso é falta de competência.”

  • Como você avalia o atual trânsito e transporte público em Manaus?

“É um caos (…) Manaus cresceu em número de veículos, cresceu em número de habitantes, mas nós não temos vias novas, nem modalidades diferentes de transporte para que a gente possa desafogar o trânsito. Porque quando a gente está falando de trânsito, a gente está falando de um efeito da falta de um sistema de transporte que nós não temos. Hoje, ônibus não é sistema de transporte”

  • Em relação à educação em Manaus, a pré-candidata se sente satisfeita com o ensino público na capital, bem como com a valorização dos professores?

“Não. Nós temos assistido várias movimentações dos docentes (…) Nós tivemos, recentemente, um episódio lamentável dos professores que, eu acho, nem tiveram esse aumento ridículo de 1.25%, [o qual] resultava em 30 reais nos vencimentos deles, então assim, foi uma tristeza realmente. Então aí você já demonstra que você menospreza o profissional que trabalha, e aí em detrimento do quê? Essa é a pergunta que a gente tem que fazer”.