Ícone do site Portal Norte

Fiocruz afirma que variante Delta entrou no país pelo menos 27 vezes

Com a expansão da cepa originária da Índia de forma rápida por todo o país, a Rede Genômica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) levantou que a variante Delta entrou pelo menos 27 vezes no Brasil.

Com 14 estados como porta de acesso, o Rio de Janeiro e o Paraná lideram o número de casos identificados.

O estudo aponta que a cepa originária da Índia chegou pelos estados de Alagoas, Ceará, Espírito Santo, Goiânia, Maranhão, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Pará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.

Segundo o levantamento, brechas na recepção de viajantes de fora do país, como a falta de testes para a identificação de infectados pelo coronavírus, podem ter contribuído para o aumento da presença da Delta no Brasil.

“Esse resultado nos mostra que as variantes que surgem, elas chegam várias vezes aos países. E quanto mais vezes elas chegam, mais elas se espalham porque é mais difícil você controlar e há mais chances de desenvolver contaminação comunitária, como no Rio de Janeiro”, afirmou um dos pesquisadores envolvidos no levantamento, o virologista da Fiocruz Amazônia Felipe Naveca.

No estado do Rio de Janeiro, dez cidades registram 90% ou mais de ocupação de leitos de terapia intensiva destinados a pacientes com Covid-19. Destes, seis estão com 100% preenchidos. As autoridades de saúde confirmam que o aumento de internações no estado se deve à variante Delta.

Há também uma expectativa pela resposta do Amazonas em relação à variante. Com casos da cepa originária da Índia identificados na semana passada, Naveca explicou que o estado sempre foi um termômetro importante para se entender o comportamento das mutações do coronavírus.

“Não podemos subestimar a doença, mas aqui no Amazonas grande parte da população foi exposta ao vírus na primeira e na segunda onda. E, agora, temos a vacinação avançando. Não é um cenário tão fácil pra Delta”, avaliou o pesquisador.

Apesar do avanço da variante no Brasil, a Gama ainda é a predominante no país. O levantamento pontua que já foram identificadas cinco sublinhagens da P.1, sendo algumas bem parecidas com a Delta no âmbito da contaminação.

Sair da versão mobile