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Yanomami: laudo da PF revela altos níveis de contaminação por mercúrio

Atendimento dos profissionais de saúde da Casa de Apoio ao Indígena (CASAI) nas Terras Indígenas Yanomami - Foto: Divulgação/Ministério da Saúde

Atendimento dos profissionais de saúde da Casa de Apoio ao Indígena (CASAI) nas Terras Indígenas Yanomami - Foto: Divulgação/Ministério da Saúde

Um laudo de perícia da Polícia Federal revelou altos níveis de contaminação por mercúrio nos indígenas Yanomami.

O estudo identificou que 76,7% das pessoas estudadas vivem sob alta exposição do metal pesado tóxico em indígenas de 14 regiões na terra indígena.

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Coleta na Terra Yanomami

Foram coletadas cabelo de 43 indígenas no dia 13 de fevereiro, em indígenas na Casa de Saúde Indígena (Casai) Yanomami, na zona Rural de Boa Vista, em Roraima.

Para a análise, foram coletados cabelos de indígenas com bom estado de saúde e estavam na Casai como acompanhantes de parentes internados na unidade.

Todos os examinados vivem em comunidades próximas a garimpos ilegais.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os níveis de mercúrio em cabelo não devem ultrapassar 1 micrograma por grama.

No entanto, no caso dos Yanomami analisados, estão entre 2 a 10 micrograma.

A perícia foi realizada pela Superintendência Regional de Polícia Federal do Amazonas, onde fica uma parte do território indígena.

Foram analisadas coletas de indígenas que vivem nas seguintes regiões:

Alta exposição

Das amostras colhidas, a PF constatou que os homens são os mais atingidos, com média aproximada de 4,37 micrograma por grama (μg/g).

Um indígena da comunidade do Caju, na região do Baixo Catrimani, foi a pessoa com maior contaminação por mercúrio no corpo: 15,34 micrograma – ou seja, com 15 vezes mais o indicado pela OMS.

A pessoa com a menor exposição também foi um homem, de 36 anos. Ele que vive na comunidade Ketaa, considerada de recente contato, na região do Xitei.

Ele apresentou um teor de mercúrio de 0,54.

Em relação as mulheres, a média para o sexo feminino é de 2,87 micrograma.

Apesar de ter uma menor exposição ao minério, uma mulher, de 39 anos, apresentou o valor de 13,5 micrograma.

O número é o segundo maior da população analisada, conforme a pesquisa.

Garimpo ilegal na terra Yanomami – Foto: Divulgação/ Ministério da Defesa

Exposição ao mercúrio

Além disso, o estudo apontou que aproximadamente 14% dos indivíduos analisados vivem sob baixa exposição ao mercúrio e outros 2,3% vivem sob uma exposição insignificante.

Três pessoas exibem valores superior a 10 micrograma por cabelo, indicando uma severa exposição ao mercúrio.

Um outro estudo da PF, de junho do ano passado, revelou que quatros rios na Terra Yanomami tem alta contaminação por mercúrio: 8600% superior ao estipulado como máximo para águas de consumo humano.

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Perigos à saúde

De acordo com o OMS, todas as pessoas estão expostas ao mercúrio a um certo nível, seja pela comida que comemos, pelo ar que respiramos ou pelos cosméticos que utilizamos.

A inalação ou ingestão de grandes quantidades de mercúrio, no entanto, pode resultar em sérias consequências neurológicas.

O mercúrio é altamente tóxico para a saúde humana, representando uma especial ameaça para o desenvolvimento da criança no útero e no início da vida.

Os sintomas podem incluir tremores, insônia, perda de memória, dores de cabeça, fraqueza muscular e — em casos extremos — morte.

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