A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e a Entidade Administradora da Faixa (EAF) anunciaram nesta terça-feira (26) a liberação de 100% da faixa de 3,5 GHz para todos os municípios brasileiros.

Importante destacar que a liberação da faixa não significa que o 5G estará disponível imediatamente em todas as localidades.

A medida fornece às operadoras acesso ao espectro essencial para implantação e operação das redes, que exigem estrutura física e planejamento para garantir o funcionamento pleno.

A medida entra em vigor a partir de segunda-feira, 2 de dezembro de 2024, quando as operadoras terão acesso à faixa.

A faixa de 3,5 GHz é exclusiva para o 5G e oferece transmissão em altíssima velocidade, sendo a mais utilizada no mundo para essa tecnologia.

O espectro é ideal para atender áreas urbanas e, atualmente, o Brasil conta com 35 milhões de usuários de 5G.

O país possui 1.019 municípios com redes móveis ativas, totalizando 32.986 estações, enquanto 770 municípios já operam com a faixa de 3,5 GHz, utilizando 31.038 estações.

Desafios e conectividade na Região Norte

Embora a conectividade no Brasil esteja avançando, desafios persistem na Região Norte, que enfrenta dificuldades devido à infraestrutura precária e altos custos de acesso à internet.

No contexto da conectividade nos domicílios, a Região Norte registra 79% de residências com acesso à internet, posicionando-se logo atrás do Nordeste, com 80%. Esse panorama vem sendo observado desde o início da pesquisa TIC Domicílios, que monitora o uso de tecnologias da informação e comunicação no Brasil.

O uso de dispositivos também reflete disparidades. Na Região Norte:

  • 66% utilizam exclusivamente celulares;
  • 33% combinam celular e computador;
  • 32% usam apenas computadores.

Programa Norte Conectado: impactos e desafios

Durante a coletiva de imprensa, o Programa Norte Conectado foi destacado como uma iniciativa do Governo Federal para melhorar a conectividade na região.

O projeto prevê a instalação de cabos de fibra óptica subfluviais na Amazônia, ampliando o acesso à internet em áreas ribeirinhas e comunidades isoladas.

O presidente da EAF, Leandro Guerra, destacou que o país enfrenta “as piores secas na Amazônia dos últimos dois anos”, o que dificulta a execução do projeto.

Apesar disso, Guerra reforçou a relevância da iniciativa: “Sem dúvida, será um legado para as telecomunicações no Brasil, tanto pela capacidade de atendimento à população ribeirinha quanto pela qualidade do serviço na região”.

Já o conselheiro substituto da Anatel, Vinícius Caram, enfatizou a importância do programa:

“Quando você leva conectividade tudo desenvolve e mostra seu potencial de relevância. Então esse projeto está sendo de fato muito nobre e enriquecedor para todos”.