Um dos envolvidos no linchamento do motorista Jones Mota, em Manaus, foi preso nesta sexta-feira (30). O caso aconteceu na última terça-feira (27) na avenida Autaz Mirim, Zona Leste da capital amazonense.
O motorista foi brutalmente linchado por motociclistas após atropelar um deles e supostamente tentar fugir do local. A violência culminou em sua morte. Ele recebeu socos e pisões na cabeça por um grupo de homens.
Vídeos compartilhados mostram que alguém lançou uma pedra na direção da cabeça da vítima enquanto ela estava desacordada no chão. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) confirmou o óbito ainda no local.
Após quase três dias, a polícia deteve Francisco de Oliveira Galvão Neto. Além dele, as autoridades ainda procuram mais homens por possível envolvimento no caso.
Procurados pelo caso do motorista
A polícia ainda procura por Klinger Luan Ferreira Costa, conhecido como “Ferreirinha” e Ayan Ferreira de Souza sob a suspeita de participação no linchamento. Além disso, ainda trabalham na identificação de outros motociclistas supostamente envolvidos no crime.
Na coletiva de imprensa realizada na quinta-feira (29), o delegado Ricardo Cunha anunciou que decretou as prisões dos demais suspeitos e pediu à população que colabore na captura.
A delegada Déborah Barreiros revelou que imagens obtidas pela polícia mostram pessoas roubando e danificando o carro da vítima, além de cercarem o veículo e incitarem a violência. Ela enfatizou que a comunidade não deve apoiar tais atos de brutalidade.
Klinger Luan tem antecedentes por roubo e tráfico de drogas e Francisco de Oliveira possui um histórico de violência doméstica e, por esses casos, já receberam ordem de prisão anteriormente.
Veja o rosto dos procurados aqui.
Linchamento em Manaus
Um estudo conduzido pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam) revelou um aumento preocupante nos casos de linchamento em Manaus entre 2011 e 2020. Coordenada pelo professor Fábio Magalhães, a pesquisa identificou aproximadamente 345 incidentes de linchamento na cidade durante esse período.
O estudo mostrou que a maioria desses episódios ocorreram durante a madrugada e que cerca de 28% resultaram em mortes. As principais motivações para esses linchamentos foram crimes contra o patrimônio e crimes sexuais.
É importante destacar que o linchamento é uma prática ilegal e constitui uma forma de violência extrajudicial, onde um grupo de pessoas toma a justiça em suas próprias mãos, frequentemente de maneira brutal e sem seguir o devido processo legal.
No Brasil, o Código Penal considera o linchamento um crime e condena a justiça privada. Apenas o sistema judicial tem a autoridade legal para julgar e punir crimes.
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