Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, condenou em nota o uso político da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Contaminar a Agência Brasileira de Inteligência com ações político-partidárias e se utilizar do aparato estatal para espionar e perseguir parlamentares legitimamente eleitos é ato criminoso”, destacou Pacheco.
Além disso, ele disse que as acusações fragilizam tanto a instituição quanto a democracia e a soberania do país.
Nesta quinta-feira (11), o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, retirou o sigilo da mais recente fase da Operação Última Milha, conduzida pela Polícia Federal.
Desde 2023, essa operação investiga o possível uso ilegal de sistemas da Abin para monitorar autoridades e desafetos políticos do governo Bolsonaro.
De acordo com a PF, a agência espionou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), senadores e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.
Abin paralela no Senado
A Polícia Federal afirmou que servidores da Abin teriam promovido desinformação contra senadores da cúpula da CPI da Pandemia, em 2021.
Entre eles, o presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM); o vice-presidente, Randolfe Rodrigues (AP); e o relator, Renan Calheiros (MDB-AL).
Os parlamentares repudiaram o uso ilegal do órgão e caracterizaram o monitoramento como “típico de governos ditatoriais”.
Para Randolfe, “a democracia esteve não apenas sob ameaça, mas o aparelho do estado foi utilizado para monitorar cidadãos e intimidar cidadãos. Estamos diante do que considero o mais grave crime contra as instituições democráticas brasileiras”.
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