A concessão de uma hidrovia para ajudar na produção de grãos no rio Madeira, entre os estados de Rondônia e Amazonas, foi defendida pelos parlamentares, empresários e representantes do governo nesta terça-feira (10).
A discussão aconteceu durante a audiência pública da Comissão de Infraestrutura (CI), a pedido do presidente do colegiado e senador Confúcio Moura (MDB-RO). Essa hidrovia está sob análise da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antap).
A expectativa é de que, caso seja concedida, a hidrovia se tornará a principal rota de escoamento de grãos produzidos em Rondônia e Mato Grosso.
O diretor-geral da Antaq, Eduardo Nery Machado, afirmou que o projeto não deve onerar passageiros e nem pescadores que trafegam pelo Rio Madeira.
A tarifa cobrada pelo futuro operador da hidrovia é estimada em R$ 0,80 por tonelada e deve recair apenas sobre grandes transportadores de milho, festilizantes, combustíveis e soja.
“Apenas a carga que tiver grande interesse comercial é que vai ser tarifada. O restante dos usuários, não. A previsão é de serem transportados mais de 400 mil passageiros ao ano. Nenhuma embarcação de passageiros vai ser tarifada pelo uso da hidrovia”, disse Eduardo Nery, segundo a Agência Senado.
Tarifa para passagem na hidrovia é discutida
O senador Jaime Bagattoli (PL-RO) defendeu a concessão hidroviária no Rio Madeira, mas alertou para o risco de reajuste na tarifa projetada pela Agência Nacional.
“Quem paga esse custo é o cara que está plantando soja lá na roça. Todo custo que tiver de logística, quem paga é só o produtor. Se a tarifa realmente funcionar com R$ 0,80, seria um valor baixíssimo. Mas temos que ver se isso vai ser realmente de validade lá no futuro. Só peço que seja bem esclarecida essa situação, para não começar com R$ 0,80 e daqui a pouco estar em R$ 8 a tonelada”, disse Jaime.
De acordo com o presidente da CI, senador Confúcio Moura (MDB-RO), a possível concessão hidroviária no Rio Madeira “desperta muito interesse” em Rondônia.
“Uns estão a favor, outros contrários. A gente sabe que os estudos estão quase todos concluídos. Agora, é observar as reações dos parlamentares e da população para saber se a coisa vai para frente ou não. Tudo que é novo é preocupante”, disse ele.
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