O deputado federal André Janones (Avante-MG) foi indiciado pela Polícia Federal (PF) por supostos crimes de corrupção, associação criminosa e peculato, no âmbito de uma investigação sobre rachadinha em seu gabinete.

Juntamente com Janones, os ex-assessores Alisson Alves Camargos e Mário Celestino da Silva Júnior também enfrentam acusações. O relatório final do inquérito foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (12), e o relator é o ministro Luiz Fux.

A PF aponta Janones como o principal responsável pela operação criminosa envolvendo corrupção e peculato, que teria começado logo no início de seu mandato.

A investigação surgiu após um ex-funcionário do deputado acusar Janones de cobrar parte dos salários dos servidores para despesas pessoais, evidenciado por áudios vazados.

Peritos confirmaram a autenticidade de um áudio em que Janones solicita a devolução de valores pagos aos funcionários.

A análise da PF revelou variações patrimoniais injustificadas entre 2019 e 2020, indicando apropriação ilícita de verba parlamentar.

Mário Celestino forneceu cartões de crédito ao deputado, cujas faturas foram pagas por ele, enquanto Alisson Alves fez retiradas em espécie, sugerindo rachadinha.

Apesar de a PF ainda não ter rastreado completamente o fluxo financeiro de Alisson, as evidências, incluindo áudios e transações financeiras, apontam fortes indícios de corrupção passiva.

Contexto do inquérito

O inquérito foi aberto a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) no início de dezembro de 2023, com decisão do ministro Luiz Fux.

A subprocuradora Ana Borges Coêlho Santos afirmou que a investigação visa esclarecer se Janones e seus assessores se associaram para cometer crimes contra a administração pública.

Entre as gravações reveladas pelo portal Metrópoles, Janones teria solicitado uma vaquinha para campanhas eleitorais de 2020. O deputado nega qualquer irregularidade e continua a cooperar com a investigação.

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