Entre os meses de janeiro a julho de 2023, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) registrou 94 mortes de recém-nascidos na Maternidade Nossa Senhora de Nazareth.
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Maio foi o mês em que houve a maior concentração, com 21 casos, chegando a uma taxa de mortalidade de 26,06%.
O mês de julho também apresentou uma taxa de mortalidade fetal de 16,86%, o que representa 14 mortes.
A mortalidade fetal é aquela que ainda acontece dentro da barriga da mãe.
Famílias processaram o Estado pelas mortes na maternidade
Em julho deste ano, três bebês morreram por falta de diálise. As famílias acionaram a Justiça e denunciaram negligência por parte do Estado.
O Centro de Hemodiálise e o Estado de Roraima já apresentaram contestação. A acusação deverá apresentar até janeiro a impugnação da defesa.
O Portal Norte pediu esclarecimentos para a Sesau e até o momento não recebeu respostas.
Sesau relata problema em pré-natal
A Secretaria de Saúde afirmou, em nota, que os óbitos neonatais registrados no Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth, na sua grande maioria, decorrem da ausência de acompanhamento pré-natal em sua integralidade.
Segundo a nota, no Brasil, o Ministério da Saúde recomenda que sejam realizadas, no mínimo, 06 consultas, sendo ideal que a primeira delas ocorra ainda no primeiro trimestre da gravidez.
Assim, segue a nota, o pré-natal é uma parte da medicina preventiva na qual é possível prever a maioria dos desfechos desfavoráveis na obstetrícia, identificar precocemente situações que possam apresentar risco para a mãe e bebê, podendo consequentemente evitar o óbito.
A nota recomendou, também, que as pacientes gestantes precisam estabelecer uma rotina de consultas mensais nos postos de saúde para acompanhar o desenvolvimento do feto e assim, evitar complicações na hora do parto.
Conforme a Sesau, em outro trecho da nota, ao analisar a crescente demanda dos últimos três anos, a Secretaria tem observado que a maioria das pacientes que procuram a Maternidade não realizou nenhuma consulta ou, no máximo, 03 consultas, sendo estas realizadas somente no último trimestre na gestação.
A Sesau falou, ainda, que as pacientes relataram que durante tais consultas, não foram realizados todos os exames necessários.
Outro fator que tem contribuído para isso, segundo a Sesau, é a falta do incentivo do planejamento familiar, fazendo com que haja elevação no número de gestações com curto período interpartal.
A Sesau afirmou, ainda, que a Maternidade possui comitês de ética e mortalidade ativos, que analisam todos os óbitos ocorridos na unidade, visando verificar a causa do óbito para repassar dados importantes aos órgãos responsáveis, visando um melhor atendimento à população, e, se constatado qualquer equívoco no procedimento, tomar as devidas providências para que não ocorram novamente.
Além disso, a nota diz que a unidade também adota em suas rotinas de atividade a estratégia QUALINEO, que promove a qualificação da atenção e do acolhimento na unidade neonatal, além da organização da rede assistencial percorrida pela gestante e pelo recém-nascido.
Com relação a obra da sede da Maternidade, a Sesau informa que obra está com mais de 50% da obra concluída e, conforme TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) assinado junto ao Ministério Público de Roraima, a reforma deve ser entregue até o fim de março de 2024.
Já os trabalhos de ampliação devem ser concluídos até 2025, conforme a nota.
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