Cerca de 60 indígenas Yanomami, incluindo mulheres e crianças do subgrupo Sanöma, vivem atualmente em um acampamento improvisado nas margens de um igarapé em Boa Vista.
O grupo, que deixou o território Yanomami devido à grave crise de insegurança alimentar e falta de recursos naturais, busca agora documentação para acessar serviços básicos na cidade.
A Defensoria Pública de Roraima (DPE-RR), por meio do Grupo Especial de Promoção dos Direitos Humanos (GPDH), iniciou esforços para regularizar a documentação dos Yanomamis, acionada pelo Fórum Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente de Roraima (FDCA).
A defensora pública Jeane Xaud explica que a emissão de documentos é uma necessidade essencial para que o grupo possa acessar serviços de saúde e assistência social.
A equipe da Defensoria Itinerante, acompanhada pelo intérprete Ademir Santos Silva, da associação Ypassali Sanuma, visitou o acampamento para avaliar as demandas e oferecer apoio direto.
“Eles vieram buscar o que falta lá no território: alimento e saúde. Aqui, conseguem se alimentar todos os dias, com carne, arroz, frango. Lá, crianças adoecem e morrem por falta de comida e assistência”, afirma a conselheira Atener Ambrósio, do Fórum Estadual,
Atener Ambrósio, do FDCA, sublinha que a degradação ambiental e a presença de garimpos ilegais na região Yanomami dificultaram o acesso a alimentos e outros recursos.
Além da documentação, o grupo enfrenta a necessidade de realocação, pois o acampamento está situado em uma área de preservação ambiental.
A prefeitura já notificou a comunidade sobre a desocupação do local.
Jeane Xaud assegura que a Defensoria Pública seguirá acompanhando o caso e buscará encaminhar outras demandas urgentes, reafirmando o compromisso em dar o suporte necessário aos Yanomamis para garantir seus direitos essenciais.