A seca na Amazônia começa a reduzir em intensidade e a dragagem dos rios no Amazonas, medida emergencial para garantir a navegação, ainda não começou.

O Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT) afirma que as equipes estão em fase de mobilização e a expectativa é começar as obras ainda em outubro. Em 2023, o órgão estimou a conclusão dos serviços entre 30 e 45 dias.

Navegabilidade garante transporte de pessoas e produtos essenciais na região – Foto: Luis Acosta/ AFP.

O ministro Silvio Costa Filho, dos Portos e Aeroportos, esteve em Manaus em setembro para anunciar investimentos acima dos R$ 200 milhões justamente para estas obras de dragagens, em quatro trechos:

  • Manaus-Itacoatiara;
  • Coari-Coadajás;
  • Benajmin Constant-Tabatinga; e
  • Benjamin Constant-São Paulo de Olivença.

O DNIT reconhece a importância das obras, uma vez que garantir a navegabilidade significa também promover “escoamento de insumos e produtos para os municípios mais afetados pela seca, os quais dependem exclusivamente do transporte fluvial”.

Impacto da dragagem para seca na Amazônia

A dragagem consiste na retirada de sedimentos, como areia e outros materiais, do fundo dos rios. Essa prática facilita a navegação e previne o encalhe de embarcações, que na Amazônia significa garantir o transporte de pessoas e mercadorias.

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Obras ainda não iniciaram para conter efeitos da seca – Foto: Divulgação/ Governo Federal.

Existem quatro tipos principais de dragagem:

  • A dragagem de Implantação/Aprofundamento permite o recebimento de navios de maior porte, além de aumentar a profundidade dos canais de navegação;
  • A dragagem de Manutenção preserva a profundidade dos canais, garantindo a navegabilidade e permitindo manobras seguras;
  • No contexto da Mineração, a dragagem é utilizada na extração de minerais valiosos, frequentemente associada ao garimpo; e
  • Por fim, a dragagem de Recuperação Ambiental é empregada na limpeza de áreas contaminadas, com o objetivo de reduzir a suspensão de materiais poluentes.

Cenário da seca na Amazônia

Já é possível dizer que a seca na Amazônia começa a diminuir os impactos negativos. O rio Negro, em Manaus, é um exemplo de que o processo de subida já começou em algumas calhas.

O rio Acre, na bacia do rio Purus, também demonstra recuperação e, na última segunda-feira (14), apresentava o melhor registro em quatro meses.

Atualizações do SGB

Segundo o Serviço Geológico do Brasil (SGB), a bacia do rio Branco apresenta recessão em Roraima, nas cidades de Boa Vista e Caracaraí, “mas os níveis apresentam valores considerados normais para o período”, afirma.

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Dragagem dos rios garante navegação para transporte de pessoas e mercadorias – Foto: Luis Acosta/ AFP.

O rio Solimões em Tabatinga, no Amazonas, estabilizou e voltou a subir, com uma média diária de 12 cm. Em Fonte Boa, Itapéua e Manacapuru, os registros mais recentes indicam pequenas descidas e estabilidade do rio.

O rio Madeira, em Humaitá (AM), continua em queda e tem níveis considerados muito baixos para esta época. Em Porto Velho (RO), o Madeira também apresentava queda, mas no último registro voltou a subir.

Já o rio Amazonas teve pequenas quedas em Itacoatiara (AM), registrou oscilações positivas em Parintins (AM) e Óbidos (PA).