A Polícia Federal realiza nesta terça-feira (27) a Operação Jurupari, com três mandados de prisão e oito de busca e apreensão sendo cumpridos em Manaus, Porto Velho e na cidade de Ponta Grossa, no Paraná.

+ Envie esta notícia no seu WhatsApp

+ Envie esta notícia no seu Telegram

As investigações tiveram início em outubro de 2020, com a prisão em flagrante de duas pessoas na cidade de Ji-Paraná, interior de Rondônia, enquanto tentavam transportar 60g (sessenta gramas) de ouro em lingote, avaliado em R$ 18,6 mil, e sem documentação de origem lícita.

A partir da apreensão dos aparelhos telefônicos em posse dos flagranteados, foram constatados indícios de extensa rede de exploração ilegal de garimpo na região de Japurá, no Amazonas.

Em resumo, a operação desta terça visa combater:

  • Crimes de usurpação de bem público da União;
  • Crime ambiental de extração de bem mineral sem autorização do órgão responsável;
  • Crime de operação de instituição financeira sem autorização;
  • Crime ambiental de utilização de substância perigosa ou nociva à saúde, ou ao meio ambiente (mercúrio/cianeto);
  • E organização criminosa e lavagem de capitais.

Cerca de 20 policiais federais e 10 militares do Exército Brasileiro cumprem os mandados.

As ordens judiciais foram expedidas pela 7ª Vara Federal Ambiental e Agrária da SJAM.

Além dos mandados, foi determinado o bloqueio de bens e valores das pessoas físicas e jurídicas investigadas, tal como o sequestro de bens móveis e imóveis que, eventualmente, estejam em sua posse.

As investigações apontam que os crimes continuam ocorrendo desde o ano de 2020.

Em diligências nas cidades, diversas joias e relógios de luxo foram apreendidos.

Operação Jurupari está sendo realizada em Manaus (AM), Porto Velho (RO) e Ponta Grossa (PR) - Foto: Divulgação/ PF
Operação Jurupari está sendo realizada em Manaus (AM), Porto Velho (RO) e Ponta Grossa (PR) – Foto: Divulgação/ PF
Operação Jurupari está sendo realizada em Manaus (AM), Porto Velho (RO) e Ponta Grossa (PR) - Foto: Divulgação/ PF
Operação Jurupari está sendo realizada em Manaus (AM), Porto Velho (RO) e Ponta Grossa (PR) – Foto: Divulgação/ PF
Operação Jurupari está sendo realizada em Manaus (AM), Porto Velho (RO) e Ponta Grossa (PR) - Foto: Divulgação/ PF
Operação Jurupari está sendo realizada em Manaus (AM), Porto Velho (RO) e Ponta Grossa (PR) – Foto: Divulgação/ PF
Operação Jurupari está sendo realizada em Manaus (AM), Porto Velho (RO) e Ponta Grossa (PR) - Foto: Divulgação/ PF
Operação Jurupari está sendo realizada em Manaus (AM), Porto Velho (RO) e Ponta Grossa (PR) – Foto: Divulgação/ PF
Operação Jurupari está sendo realizada em Manaus (AM), Porto Velho (RO) e Ponta Grossa (PR) - Foto: Divulgação/ PF
Operação Jurupari está sendo realizada em Manaus (AM), Porto Velho (RO) e Ponta Grossa (PR) – Foto: Divulgação/ PF

Investigação

As investigações tiveram início em outubro de 2020, a partir da prisão em flagrante de duas pessoas na cidade de Ji-Paraná.

Os supeitos tentavam transportar 60g (sessenta gramas) de ouro em lingote, sem qualquer documentação comprobatória de origem lícita.

A partir da apreensão dos telefones celulares dos flagranteados, foram constatados indícios de extensa rede de exploração ilegal de garimpo na região de Japurá, no Amazonas.

Um dos presos foi assassinado no dia 14 de outubro em frente à sua loja de revenda de carros, na cidade de Curitiba, no Paraná, após ter sido solto na audiência de custódia.

Após a instauração de inquérito policial para apurar os fatos, confirmou-se quem seria responsável pela exploração ilegal de garimpo: um indivíduo que utiliza sua esposa e uma empresa para facilitar transações ilegais de ouro.

Eles também utilizam várias empresas de metais, para realizar a atividade de “esquentamento” do minério (lavagem de ativos).

RELACIONADAS

+ PF e ICMbio destroem dragas de garimpo ilegal em Japurá, no Amazonas

+ Operação Tuyu Vive: PF destrói 4 balsas de garimpo ilegal no AM

+ Responsáveis pelo garimpo ilegal vão responder criminalmente, diz delegado

Militares envolvidos no garimpo ilegal

De igual modo, verificou-se envolvimento de militares de alta patente, que recebiam valores regulares, através da empresa de importação e exportação de minérios.

Um militar supostamente repassaria informações privilegiadas e interferiria nas operações de combate aos garimpos ilegais.

Sua esposa receberia valores em nome dos investigados.

Os envolvidos exploram a dificuldade de fiscalização ambiental na região de Japurá para cometer crimes contra o meio ambiente.

Isso inclui a Estação Ecológica Juami-Japurá, que tem sido alvo de devastação, afetando o ecossistema amazônico.

Ao longo das investigações, foi possível apurar que pessoas físicas e jurídicas eram usadas para realizar lavagem de ativos no mercado ilegal de ouro.

Além disso, um investigado atua como operador financeiro dos crimes cometidos por uma liderança da organização.

Não foi encontrada autorização de lavra garimpeira ativa no local de extração de ouro, conforme verificado por meio de consultas à Agência Nacional de Mineração (ANM), Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM) e análise telemática dos envolvidos.