Diversos peixes, de espécies ainda não identificadas, morreram nesta semana no Igarapé Santa Rosa, na Comunidade Jandira, em Iranduba, no Amazonas.
As mortes dos animais ocorreram na localidade que fica a 28 km de Manaus e foi divulgada por meio de vídeos de moradores do local.
De acordo com o Dr. Edinbergh Caldas de Oliveira, professor e pesquisador do Laboratório de Ecologia Aquática e Biodiversidade da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e Especialista em Ecologia de Peixes Amazônicos, a água dos igarapés pode ficar inapropriada para consumo após as mortes dos peixes por conta da proliferação de bactérias.
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Segundo ele, a morte dos peixes ocorrem devido à falta de oxigênio e a vazantes das águas baixando o nível desse pequenos canais .
“O que acontece é algo natural devido ao efeito do El Niño e da La Ninã, pois quando eles se juntam no oceano pacífico fica muito quente, e os rios secam muito rápido. Com isso, os igarapés ficam sem comunicação com os canais da calha do rio principal e secam mais rápido. É um processo que acontece nas vazantes na nossa região”, informou o Dr. Edinbergh Caldas.
Um outro exemplo do quadro é o que ocorreu no Lago da Piranha, em Manacapuru. Os peixes estavam morrendo porque secou muito rápido e eles não conseguiram sair.
Esse processo conhecido como hipóxia é quando a água fica pouco oxigenada e parada no local e vai concentrando CO².
Perigo
O professor e pesquisador revela que enquanto os peixes estiverem vivos e respirando ainda é possível se alimentar deles.
“Só que eu acho o seguinte: os peixes que estiverem vivo, se o pessoal tiver condições pode aproveitar para alimentação daqueles peixes que ainda estão respirando na superfície”, revela.
Mas o perigo ocorre quando esses peixes morrem e não servem de alimentos para outros seres que vivem nos rios.
“Esses peixes mortos tendem a ir para o canal principal (calha do rio) e ser alimento de outros peixes. Depois que eles morrem, as decomposições por bactérias são muito rápidas. E nesse caso, não é aconselhável a alimentação desses peixes. Essa água irá ficar totalmente poluída, podre, devido à decomposição desses peixes”, disse.
O pesquisador ressalta que a despoluição desses rios só ocorre em outubro e novembro quando começa a cheia dessas calhas.
“Se ficarem morrendo essa quantidade de peixes nesses igarapés, vão poluir e tornar inviáveis por muitos meses. Eles só voltarão à normalidade quando o rio encher novamente, que ocorrerá entre outubro e novembro, quando ocorre uma nova colonização dos peixes”, concluiu.
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