O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou que usou uma “metáfora” quando disse que “todo mundo” tinha uma minuta do golpe em casa e que não recebeu documento.

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A afirmação foi dada durante depoimento à Polícia Federal, na quinta-feira (2), em Brasília.

Depoimento do presidente do PL

Na entrevista, Valdemar disse que interlocutores e pessoas do alto escalão do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tinham em suas casas minutas semelhantes à que foi encontrada na casa do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres. 

Durante depoimento à PF, Valdemar Costa Neto afirmou que recebeu “duas ou três propostas” da “minuta do golpe” e que, segundo ele, os documentos não tinham identificação.

Disse ainda que não alertou nenhuma autoridade sobre os documentos e que, então, triturou os papéis para não acharem que ele era a favor do golpe de Estado. 

Valdemar disse ainda jamais ter duvidado das eleições ou das urnas. Ele só teria contratado empresa de fiscalização do processo eleitoral por insistência do governo.

O presidente do PL falou também que nunca levou o assunto para dentro do partido e que também não tratou do assunto com Bolsonaro e colocou o celular à disposição das autoridades para ser analisado. 

No depoimento, Valdemar falou da relação de Jair Bolsonaro com Anderson Torres.

Segundo o presidente do PL, durante os quatro anos do governo Bolsonaro foi “apenas uma vez” ao Ministério da Justiça.

Ele também afirmou que “não tinha relações com Anderson Torres” e com ninguém do alto comando da Polícia Militar do Distrito Federal.

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Minuta do golpe

A PF encontrou na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, a minuta de um decreto para instaurar estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O documento tinha a intenção de alterar o resultado das eleições de 2022.

A minuta foi localizada durante buscas realizadas por agentes federais na casa de Anderson, no dia 10 de janeiro. 

Segundo o ex-ministro de Bolsonaro, a proposta estava em uma pilha de documentos para descarte que ele pretendia levar para serem triturados no Ministério da Justiça e da Segurança Pública.

O papel foi encontrado pela PF quando ele não estava em casa, já que o mesmo viajou para os Estados Unidos.