A Polícia Militar de Roraima (PMRR) enfrenta nos últimos dias acusações de envolvimento de militares em diferentes tipos de crimes.

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Os abusos vão de ameaça a participação em assassinatos.

O caso mais recente compreende a atuação de servidores em formação de milícia e grupos de extermínio. A denúncia ganhou repercussão nacional.

Invasão de domicílio e ameaça 

No dia 30 de abril, a Polícia Militar de Roraima (PMRR) prendeu um tenente lotado no 2° Batalhão da PMRR, por suspeita de invasão de domicílio e ameaça.

Na ocasião, o Policial teria invadido uma fazenda do ex-marido da atual companheira, utilizando de policiais e duas viaturas da PM para intimidar e conseguir os documentos da propriedade.

A detenção do policial se deu em cumprimento ao Mandado de Prisão expedido pela Justiça Militar.

O policial se apresentou espontaneamente à Corregedoria da PMRR.

Assassinato de casal de agricultores

O capitão da PMRR Helton John Silva de Souza foi identificado como uma das pessoas presentes no duplo homicídio de um casal de agricultores envolvidos em uma disputa por terras, no município de Cantá

Uma das vítimas gravou o momento em que foi abordada por homens que tentavam se apossar de suas propriedades.

Na gravação, é possível, de acordo com as investigações, ouvir a voz do capitão Helton antes dos disparos matarem o casal. 

Helton John, no dia do crime, ainda era o coordenador da segurança do governador de Roraima, Antonio Denarium (Progressistas).

Ele foi afastado do cargo seis dias após os assassinatos.

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O caso é investigado pela Polícia Civil de Roraima – Foto: PCRR

Adolescente é morta com tiros na cabeça

Um soldado da Polícia Militar de Roraima (PM-RR) é o principal suspeito de ter cometido o homicídio em Roraima da estudante Débora dos Santos Bezerra, de 17 anos, em Rorainópolis, cidade ao Sul de Roraima.

Segundo relatos de testemunhas à polícia, o soldado tinha um relacionamento amoroso com a vítima de homicídio em Roraima.

A adolescente foi assassinada com ao menos três tiros na cabeça.

Débora foi encontrada morta por volta de 8h do dia 4 de maio, às margens da vicinal 6 (km 3), em Rorainópolis.

No dia 3 do mesmo mês, a adolescente saiu de casa por volta de 23h40 para se encontrar com o soldado da PM.

Uma amiga da vítima, uma adolescente que também tem 17 anos, disse à Polícia Civil durante depoimento acompanhada da mãe, que Débora namorava o policial militar e que ele era casado.

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Débora dos Santos Bezerra, vítima de homicídio em Roraima – Foto: Reprodução/Redes Sociais

A mãe da adolescente Débora dos Santos Bezerra, de 17 anos, encontrada morta em Rorainópolis, sul de Roraima, pede justiça e celeridade nas investigações. 

Segundo ela, a jovem havia solicitado medida protetiva contra o suspeito do assassinato e registrou um boletim de ocorrência contra a esposa do policial.

Formação de milícia e grupo de extermínio

Investigações das Polícias Civil e Federal apontam para uma organização criminosa formada por agentes da Polícia Militar acusados de cometerem diversos crimes e atuarem como milícia em Roraima, conforme reportagem publicada nesta quarta-feira, 8, pelo portal O Globo.

A fim de intimidar invasores que extraem ilegalmente ouro e cassiterita na Terra Indígena Yanomami, o grupo pratica extorsão e roubo de toneladas de minérios para ficar com o lucro, além de vender proteção e armamentos aos garimpeiros.

No total, o portal apurou, mais de 40 policiais militares estariam envolvidos em diversos atos ilícitos. 

Entre os citados por testemunhas ouvidas pelas autoridades, está o atual Comandante-Geral da PM-RR, Miramilton Goiano de Souza.

Comandante-geral da Polícia Militar de Roraima se defende de acusações

Por meio de vídeo, divulgado nesta quarta-feira, 8, o Comandante-Geral da PMRR, Miramilton Goiano de Souza, esclareceu que nunca foi “chamado, intimado para prestar qualquer esclarecimento em delegacia sobre qualquer assunto relacionado a garimpo ilegal, “pistolagem” ou qualquer natureza”.

Veja a gravação na íntegra

Nota da PMRR

A Polícia Militar de Roraima esclarece que reforça o compromisso com a estrita legalidade, não tolerando qualquer desvio ético ou conduta ilícita nas fileiras da corporação sobre todos os fatos em que policiais militares são citados ou estão na condição de acusados.

A Corregedoria-Geral da Polícia Militar continuará acompanhando os casos e tomará todas as providências para que os fatos sejam esclarecidos, e adianta que todas as ações legais necessárias serão tomadas em conjunto com as autoridades policiais e judiciais.