Neste sábado, 18, o coronel da reserva da Polícia Militar de Roraima (PMRR) e ex-secretário de segurança pública, Edison Prola, usou uma rede social para denunciar atividades ilegais que envolvem a corporação.
Segundo Prola, existem policiais à disposição de “órgãos públicos sem serem da Segurança Pública, outros literalmente sem trabalhar”.
Ainda conforme o coronel da reserva, esses servidores são “acobertados em lotações oficiais do Governo”.
Por meio da rede social, o ex-secretário de segurança pública de Roraima disse ainda que a denúncia feita por ele é de conhecimento público, mas nada é feito diante da possível irregularidade.
De acordo com Prola, existe em Roraima policial militar prestando serviços a empresário.
“Mas o mais vergonhoso e afrontoso para o contribuinte que paga seus impostos nesse Estado é empresário ter Policial Militar à disposição”, completou.
O coronel Edison Prola saiu da Secretaria de Segurança Pública de Roraima (SESP) para dar lugar a André Fernandes, que estava à frente da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc), em 2023.
Nota da PMRR
Confira o posicionamento da corporação, na íntegra:
A Polícia Militar de Roraima repudia veementemente os ataques e comentários feitos pelo militar da reserva nas redes sociais. Ressalta que tais declarações têm o único propósito de projeção pessoal, desconsiderando o fato de que o próprio militar já comandou a corporação por duas vezes e está ciente de que a alocação de policiais militares é regulamentada e prevista por lei e pela Constituição do Estado de Roraima.
Esclarece que a disposição de policiais militares é regida pela Lei de Organização Básica da PMRR e pela Constituição Estadual, que estabelecem critérios claros e específicos para a alocação de pessoal. Estes critérios incluem a necessidade de atender às demandas de segurança pública e apoiar a administração pública militar, bem como as assessorias militares e secretarias cuja finalidade é atender às necessidades operacionais e administrativas da corporação, conforme previsto nos artigos pertinentes das referidas legislações.
Reforça ainda que não há policiais militares à disposição de empresários ou serviços que não sejam de interesse da administração pública militar. As assessorias militares são previstas no organograma da PMRR, e têm a finalidade de atender às necessidades da corporação.
Diante disto, a Polícia Militar de Roraima espera que o coronel da reserva se retrate e reconsidere as próprias declarações, caracterizadas por injustiça e leviandade. É crucial reconhecer que a PMRR merece respeito, especialmente de alguém que já pertenceu e comandou a instituição.
A Polícia Militar de Roraima é composta por homens e mulheres responsáveis e íntegros, que desempenham suas funções com seriedade, ética e dedicação no combate à criminalidade, comprometidos com a segurança e proteção da sociedade.
Polícia Militar de Roraima envolvida em escândalos
No dia 30 de abril, a Polícia Militar de Roraima (PMRR) prendeu um tenente lotado no 2° Batalhão da PMRR, por suspeita de invasão de domicílio e ameaça.
Na ocasião, o Policial teria invadido uma fazenda do ex-marido da atual companheira, utilizando de policiais e duas viaturas da PM para intimidar e conseguir os documentos da propriedade.
Em outro caso, o capitão da PMRR Helton John Silva de Souza foi identificado como uma das pessoas presentes no duplo homicídio de um casal de agricultores envolvidos em uma disputa por terras, no município de Cantá.
Uma das vítimas gravou o momento em que foi abordada por homens que tentavam se apossar de suas propriedades.
Na gravação, é possível, de acordo com as investigações, ouvir a voz do capitão Helton antes dos disparos matarem o casal.
Helton John, no dia do crime, ainda era o coordenador da segurança do governador de Roraima, Antonio Denarium (Progressistas).
Assassinato e formação de milícia
Um soldado da Polícia Militar de Roraima (PM-RR) é o principal suspeito de ter cometido o homicídio em Roraima da estudante Débora dos Santos Bezerra, de 17 anos, em Rorainópolis, cidade ao Sul de Roraima.
Segundo relatos de testemunhas à polícia, o soldado tinha um relacionamento amoroso com a vítima de homicídio em Roraima. A adolescente foi assassinada com ao menos três tiros na cabeça.
Débora foi encontrada morta por volta de 8h do dia 4 de maio, às margens da vicinal 6 (km 3), em Rorainópolis.
Em relação à formação de milícia, investigações das Polícias Civil e Federal apontam para uma organização criminosa formada por agentes da Polícia Militar acusados de cometerem diversos crimes e atuarem como milícia em Roraima, conforme reportagem publicada pelo portal O Globo.
A fim de intimidar invasores que extraem ilegalmente ouro e cassiterita na Terra Indígena Yanomami, o grupo pratica extorsão e roubo de toneladas de minérios para ficar com o lucro, além de vender proteção e armamentos aos garimpeiros.
No total, o portal apurou, mais de 40 policiais militares estariam envolvidos em diversos atos ilícitos.
Entre os citados por testemunhas ouvidas pelas autoridades, está o atual Comandante-Geral da PMRR, Miramilton Goiano de Souza.
Polícia Militar de Roraima reforçou o compromisso com a legalidade
Diante dos casos que envolvem a corporação, por meio de nota, a PMRR esclareceu que reforça o compromisso com a legalidade.
A Polícia Militar de Roraima esclarece que reforça o compromisso com a estrita legalidade, não tolerando qualquer desvio ético ou conduta ilícita nas fileiras da corporação sobre todos os fatos em que policiais militares são citados ou estão na condição de acusados.
A Corregedoria-Geral da Polícia Militar continuará acompanhando os casos e tomará todas as providências para que os fatos sejam esclarecidos, e adianta que todas as ações legais necessárias serão tomadas em conjunto com as autoridades policiais e judiciais.