Quilombolas de todo país marcharam rumo ao Congresso Nacional na tarde desta quinta-feira (16) para chamar a atenção do governo sobre a titulação de terras.

O grupo luta pela garantia da efetivação dos direitos territoriais das comunidades e destaca os desafios, tais como a escassez de recursos, a burocracia excessiva e os conflitos fundiários, que prejudicam a eficácia e a rapidez do processo.

A coordenadora de Articulação de Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ) no Tocantins, Maryellen Crisóstomo, ressaltou ao Portal Norte que não houve avanços junto ao governo desde 2010, justificando essa estagnação pela falta de orçamento.

Ela explica que a falta de reconhecimento do território tira o direito dos quilombolas de serem consultados sobre o avanço de empreendimentos

” A gente está aqui para evidenciar a importância que tem os territórios para a agenda política, climática, cultura e econômica do Brasil. E para dizer que precisamos de fomento e de incentivo a partir da demarcação de nosssos territórios”, destacou.

Além disso, ela denunciou casos de assassinatos de lideranças quilombolas, que sem o registro de terras, acabam sendo mortos na luta pelo território.

A representante CONAQ no Amazonas, Tarciara Raquel Castro, também comentou sobre o limite territorial de terras quilombolas e sobre a visibilidade dos povos:

“A gente está aqui para dizer que tem sim quilombo no Amazonas e a gente vai trazer para o governo e para o mundo, mostrar que o Amazonas também é quilombola. Então, essa visão de visibilidade é muito importante pra gente”.

Ela falou ainda da importância da preservação da Amazônia para o mundo e da falta de políticas públicas nas comunidades.

”Tudo o que tem no Planeta depende muito do Amazonas”, disse ao Portal Norte.

Aquilombar 2024

Os povos originários se reuniram em Brasília para participar do maior evento quilombola do país. Esta foi a segunda edição do movimento na capital.

O ato, organizado pela Coordenação Nacional de Articulação de Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), contou com a participação de cerca de 5 mil pessoas.