O Superior Tribunal de Justiça (STJ) tornou réu o governador do Acre, Gladson Cameli (PP), nesta quarta-feira (15) por suposto desvio de recurso público por meio de empresas que mantinham contrato com o estado.
A Procuradoria Geral da República (PGR) denunciou o governador por corrupção, peculato, lavagem de dinheiro e fraude a licitação. Além do parlamentar, outras 11 pessoas estão envolvidas no esquema de fraude em obras públicas.
De acordo com as investigações, o esquema gerou um prejuízo de, pelo menos, R$ 150 milhões.
Entendimento do STJ
A relatora do processo, ministra Nancy Andrighi, aceitou a denúncia e afirmou que as investigações destacam que uma das empresas suspeitas contratada para realizar reforma predial possui sede em Brasília e nunca realizou obras no Acre.
“Os indícios coletados na fase pré-processual demonstram o dolo direto do acusado Gladson, que, agindo em unidade de desígnio com outros denunciados, contribuiu para causar prejuízo aos cofres públicos”, disse Andrighi.
O entendimento da relatora foi seguido por unanimidade.
Desde 2019, a PGR investiga as ações do governador e solicitou o afastamento de Cameli, mas o STJ rejeitou o pedido.
Quem é o governador do Acre?
Gladson de Lima Cameli iniciou a vida pública aos 28 anos. Ele foi reeleito pelo Acre em 2022, com mais de 230 mil votos.
Como deputado federal, foi relator do projeto de lei 5957/2023 que regulamenta as zonas de processamento e exportação no Brasil. A medida é considera uma das discussões mais importantes da área econômica no Congresso.
Formado em Engenharia Civil em 2001 pelo Instituto Luterano de Ensino Superior de Manaus, da Universidade Luterana do Amazonas, o parlamentar é membro do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Acre.