A água está em tendência de baixa em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, após semanas de enchentes. O nível do Guaíba caiu e está abaixo de cinco metros, marca inferior às registradas há alguns dias, porém ainda acima da cota de inundação, que é de três metros.

Os moradores precisam agora lidar com o cenário de acúmulo de lixo e entulho e mau cheiro nas ruas. Outra preocupação é a transmissão de doenças por ratos e insetos. 

A prefeitura tem feito a coleta de lixo nas vias e bairros com possibilidade de trafegar, que não estejam inundadas. Nos bairros Cidade Baixa e Menino Deus,  durante dois dias, foram retiradas 119 toneladas de lodo, móveis estragados e entulhos.

A gestão local informou que o depósito para lixo domiciliar está na capacidade máxima, atingindo seis mil toneladas. Com isso, o lixo passou a ser levado para um aterro sanitário alternativo, localizado a 140 quilômetros da capital gaúcha. 

Museus

Funcionários do Museu de Arte do Rio Grande do Sul, que fica na Praça da Alfândega, no centro histórico de Porto Alegre, conseguiu colocar o acervo a salvo antes da enchente. As peças puderam ser levadas a andares superiores antes de a água invadir o prédio.

“Já vínhamos movimentando obras e tomando medidas preventivas nos dias anteriores, e esse trabalho ficou mais intenso a partir da previsão da cheia histórica. Iniciamos então o protocolo de maior gravidade do nosso plano de gerenciamento de riscos, que trazia como pior cenário uma grande inundação na Praça da Alfândega”, conta o diretor e curador do museu,  Francisco Dalcol.

Em vistorias na semana passada, a equipe do museu encontrou o prédio com água na altura do peito. As obras, entretanto, não foram diretamente atingidas.

Já a Casa de Cultura Mario Quintana, também situada no centro da capital gaúcha, ainda não conseguiu avaliar a extensão dos danos. O prédio histórico abriga instituições culturais e estabelecimentos comerciais. A Cinemateca Paulo Amorim, que funciona no local, teve o mobiliário e os carpetes danificados pela água. Ficaram preservados equipamentos de som e imagem.

Em outro estabelecimento, o Museu Estadual do Carvão do Rio Grande do Sul, os documentos foram levados para o congelador de um frigorífico, para serem mantidos preservados após a instituição ser inundada. O museu fica em Arroio dos Ratos, município de 14 mil habitantes na região metropolitana de Porto Alegre.

* Com informações da Agência Brasil