Mais de 24 mil postagens com a hashtag “Bolsonaro taxou você” foram publicadas na plataforma X Nesta quinta-feira (30).
As postagens se referem a medida aprovada na Câmara dos Deputados na última terça-feira (28) que adiciona um imposto de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50.
Atualmente a única taxa paga pelos consumidores é o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) estadual com alíquota de 17%.
Durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a alternativa foi discutida mas, não houve sanção. Na época, Bolsonaro afirmou que a solução para acabar com a concorrência desleal entre compras nacionais e internacionais era a fiscalização.
Na quarta-feira (29), o ex-presidente reafirmou o posicionamento sobre a taxação das compras internacionais.
Veja postagem do ex-presidente em 2022 sobre a taxação de empresas como Shein, Shoppe e Aliexpress.
Shein e Aliexpress criticam taxação
O diretor da Shein no Brasil, Felipe Feistler, afirmou em nota que a medida é um “retrocesso” pois limita o acesso das classes C,D e E as compras internacionais.
“O primeiro retrocesso é no acesso ao consumo das classes C, D e E. 88% dos nossos consumidores são desses grupos. O segundo é em relação à igualdade tributária. Os mais ricos podem viajar e comprar sem taxas. Essa decisão tira das classes C, D E o direito de também ter algum consumo não taxado”, disse o diretor da Shein no Brasil ao UOL.
Já o Aliexpress pontuou que a Câmara deveria ouvir os consumidores antes de decidir sobre a taxação pois o público será o mais afetado pelo imposto.
“A incerteza é ruim para o negócio. Estamos comprometidos e seguimos olhando e abertos para interagir com o governo. Durante todo esse período fomos muito próximos, no sentido de estar disponível, participamos de encontros com a Receita para tentar chegar em um desenho que fosse bom para todo mundo”, disse a diretora da empresa no Brasil, Briza Bueno.
O que diz Lula sobre o imposto?
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou na última semana que a tendência é vetar a decisão do Congresso.
“Cada um tem uma visão a respeito do assunto. Veja, quem é que compra essas coisas? São mulheres, jovens, e tem muita bugiganga. Nem sei se essas bugigangas competem com as coisas brasileiras”, disse.
Contrariando sua própria declaração, Lula se reuniu-se com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na terça-feira para negociar a taxa de 20% antes da discussão do imposto na Casa.
Com a aprovação da Câmara, o texto sobre a taxação segue para o Senado Federal.