Uma nota técnica divulgada na sexta-feira (20) aponta a possível causa da morte de peixes no Rio Amônia, em Marechal Thaumaturgo, interior do Acre.

A nota revelou que a alta temperatura da água pode ter sido a principal responsável. As amostras foram coletadas no último dia 4 de outubro.

O resultado foi divulgado pelo governo do Acre, pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) e o Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac).

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A investigação foi realizada em colaboração com a Universidade Federal do Acre (Ufac), para buscar esclarecer os motivos por trás do fenômeno.

A mortandade de peixes, ocorrida entre os dias 28 e 29 de setembro, chamou a atenção das autoridades e da população local. 

A análise baseou-se na coleta de amostras de água para análise e um levantamento bibliográfico científico sobre a temática. 

Também foram realizadas entrevistas com moradores locais e instituições parceiras.

Situação afetou a comunidade indígena e ribeirinha que tem o peixe como base alimentar – Foto: Reprodução/SBT

A equipe técnica percorreu uma área de aproximadamente 10 km no Rio Amônia, estendendo-se até o Rio Juruá.

“A equipe técnica conclui que, diante dos resultados das entrevistas com ribeirinhos, reunião com os representantes institucionais e levantamentos bibliográficos, no dia do evento de mortandade de peixes, no Rio Amônia, possa ter ocorrido uma diminuição das concentrações de oxigênio dissolvido, em função da elevação extrema da temperatura da água, associada ao baixo nível da coluna d’água, tornando o ambiente inóspito aos peixes”, afirma um trecho da nota.

A nota técnica também esclareceu que não foram detectados metais pesados nas amostras de água.

Além disso, variáveis utilizadas como indicadores da qualidade da água estavam dentro dos limites aceitáveis para rios de classe II. 

A exceção foi o nitrogênio amoniacal, que apresentou valores acima dos limites estabelecidos pela legislação. 

No entanto, esse fato, por si só, não deveria resultar na mortandade dos peixes.

A secretária do Meio Ambiente, Julie Messias, afirmou que a situação está sendo planejada para minimizar os impactos da seca prolongada. 

Ela afirmou: “Agimos em tempo na situação de Marechal Thaumaturgo para dar segurança à população e entender o que estava causando a morte dos peixes. Infelizmente, os outros estados da Amazônia também enfrentaram a mesma situação. O laudo da avaliação da qualidade da água que descarta contaminação acende um outro alerta que é a alta temperatura da água. Estamos dialogando na Sala de Crise da Região Norte, da Agência Nacional de Águas (ANA), a qual a Sema, por meio da Sala de Situação, integra”.

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