Nas disputas desta sexta-feira, 27, nas Paralimpíadas de Tóquio, o Brasil faturou um total de nove medalhas: seis no atletismo e três na natação. Houve estreantes no pódio e novo recorde paralímpico estabelecido.

A pernambucana e nadadora Maria Carolina Santiago é estreante em Paralimpíadas. Nos 100 metros costa para atletas com deficiência visual, ela levou o bronze.

Já Gabriel Bandeira, que tem deficiência intelectual, ganhou a segunda medalha nos Jogos. Depois do ouro nos 100 metros borboleta, a prata nos 200 metros livre. 

Com as arquibancadas vazias e pelos gritos dos colegas na arquibancada, Wendell Belarmino, que é cego, percebeu que era campeão.

“Por conta das restrições da pandemia, eu consegui escutar o pessoal da delegação gritando e, dessa vez, não tive dúvida de qual posição que eu fui”, diz. E o brasiliense de 23 anos promete não se desgrudar da conquista.

Outras medalhas

As outras seis medalhas brasileiras vieram do atletismo, sendo quatro de ouro.

A primeira prova, do primeiro dia do atletismo, o primeiro ouro. Primeira vez que o Hino Brasileiro toca no Estádio Nacional de Tóquio.

O responsável por tantas primeiras vezes foi Yeltsin Jacques. Cinco mil metros para cegos. Essa foi também a primeira medalha dele em Paralimpíadas.

Bicampeonato

Sensações revividas por Silvânia Costa, que conquistou o bicampeonato paralímpico no salto em distância, também para deficientes visuais.

O dia seguiu dourado mesmo quando anoiteceu. O estreante Wallace Santos bateu o recorde mundial no arremesso de peso, classe para lesionados medulares.

Na mesma modalidade, só que na prova para atletas com algum grau de paralisia cerebral, João Victor Teixeira foi bronze.

De todas as medalhas conquistadas no primeiro dia de atletismo, se havia uma nada surpreendente, esperada até, era a de Petrúcio Ferreira. Mas nem por isso essa conquista foi menos celebrada. Até porque festa é com o Petrúcio.

O bom humor vai da hora em que é apresentado ao visual vaqueiro do sertão depois de vencer. A forma que o paraibano recordista mundial encontrou para não se deixar abater.

Petrúcio competiu machucado, mas bateu o recorde paralímpico dos 100 metros rasos. Na mesma classe, de amputados em membros superiores, o medo de Washington Júnior era não estar em Tóquio.

“Faltando dois dias para eu viajar aqui para o Japão, eu testei positivo. Achei que ia ficar fora”, contou.

Washington se recuperou da Covid a tempo de ganhar a primeira medalha da carreira e dividir o pódio com o amigo Petrúcio. O pódio, os passos, o palco.