Um estudo publicado na revista Nature aponta que é possível preservar a Amazônia e aumentar a produção de soja no Brasil.

Participam do estudo pesquisadores da Universidade de Nebraska-Lincoln, nos Estados Unidos, da Universidade de São Paulo, Universidade Federal de Santa Maria, da Universidade de Goiás e da Embrapa.

+ Envie esta notícia no seu Whatsapp

+ Envie esta notícia no seu Telegram

Segundo os cientistas, a resposta está no aproveitamento do potencial de produzir nas terras agrícolas já existentes. Com isso, o país poderia aumentar a produção anual em 36% até 2035 e ainda reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 58%.

Conforme o estudo, são elencados três pontos importantes:

– aumentar significativamente os rendimentos das culturas de soja;

– cultivar uma segunda safra de milho em campos de soja em determinadas áreas;

– criar mais gado em pastagens menores para liberar mais terra para a soja.

“Esta abordagem fortalece a agricultura enquanto protege os ecossistemas frágeis, que são importantes do ponto de vista da mitigação das mudanças climáticas, bem como da conservação da biodiversidade”, disse Patricio Grassini, um dos autores.

Segundo os estudiosos para que a estratégia funcione será preciso instituições fortes, políticas adequadas e fiscalização.

RELACIONADAS

+ Dia da Amazônia: desmatamento na região ainda precisa de atenção especial

+ No Brasil, Amazônia lidera registros de desmatamento em 2021, diz MapBiomas

+ Norte Investigação: igarapé corre risco de acabar devido ao desmatamento, em Manaus

Ainda de acordo com o estudo, a previsão é que o Brasil use 57 milhões de acres para produção de soja nos próximos 15 anos.

Um quarto dessa produção deve ocorrer em terras ambientalmente frágeis, como áreas de floresta tropical e Cerrado.

Um estudo publicado na Nature no ano passado, destacou que a soja foi responsável por 10% do desmatamento ocorrido em duas décadas na América do Sul.

Os cientistas destacam que, desde 2000, o Brasil tem usado incentivos fiscais para desacelerar o desmatamento.

Ainda conforme o grupo de pesquisadores, desde 2006, o país é signatário de acordo para que indústrias e exportadores do grão não comprem soja vinda de áreas desmatadas após esta data, por exemplo.

No entanto, o aumento no preço das commodities e o impacto da pandemia da Covid-19 coloca a Floresta Amazônica em ameaça.