A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) iniciou a investigação das denúncias de abuso sexual e ameaças contra um universitário no Acre.

O processo teve início após a Associação de Docentes da Universidade Federal do Acre (Adufac) buscar providências à polícia. 

A delegada Elenice Frez, responsável pelo caso, disse que não existe previsão para uma medida protetiva coletiva, mas garantiu que as investigações continuam em andamento.

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A delegada ressaltou que o caso não se encaixa na Lei Maria da Penha, mas que todas as providências legais estão sendo tomadas para apurar os fatos e responsabilizar o autor.

A presidente da Adufac, professora Letícia Mamed, compareceu à Deam acompanhada de vítimas que relataram terem sido assediadas pelo aluno.

A associação está buscando mobilizar outras vítimas para formalizar denúncias e aguarda respostas ainda esta semana. Tanto as vítimas quanto o suspeito serão ouvidos.

Movimento no campus

O movimento feminista da Universidade Federal do Acre (Ufac) colou diversos cartazes pelo campus alertando sobre o acusado de abuso sexual, na segunda-feira (25).

De acordo com o movimento, o estudante identificado como Alício Lopes de Souza, do curso de bacharelado em História, é denunciado por alunos há cerca de 4 anos e continua impune.

No início do mês, um vídeo de Alício proferindo palavras de cunho sexual a outro aluno viralizou nas redes sociais, causando revolta entre a comunidade acadêmica.

Mesmo tendo sido suspenso enquanto uma investigação disciplinar é conduzida pela reitoria da Ufac, ele continua circulando pelo campus, por morar nas proximidades.

O movimento feminista destacou que, enquanto o processo ainda não foi concluído, as mulheres devem tomar medidas para sua própria segurança.

Os cartazes destacam a necessidade de proteção e a denúncia pela Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180.

“Esta é uma das alternativas que nos restaram. A ficha policial dele é corrida. Atualmente, ele está cumprindo pena em liberdade justamente por importunação sexual”, afirma a nota divulgada nas redes sociais pelo movimento.

O temor de possíveis represálias devido seu histórico de comportamento levou professoras e alunas a considerá-lo perigoso.

Ato contra assédios promovida por estudantes do curso de Bacharelado em História – Foto: Reprodução/Instagram (@adufac)

“Como a universidade não tem assegurado proteção a elas, a Adufac (Associação dos Docentes da UFAC) decidiu assumir isso, tanto para proteger suas professoras como as alunas que foram corajosas em denunciar o caso, pois este senhor vem praticando esses assédios há pelo menos quatro anos”, continua a nota.

O Centro Acadêmico Pedro Martinello alega que o estudante em questão está envolvido em casos de assédio, episódios de homofobia, intolerância religiosa e agressões verbais.

Além disso, há relatos de consumo de bebidas alcoólicas e drogas ilícitas nas dependências da instituição por parte do acusado.

Em nota oficial, a Ufac informou que suspendeu o estudante e enviou um ofício à Polícia Federal para comunicar o caso.

Confira a nota:

A Reitoria da Ufac esclarece que, além da abertura de dois processos administrativos para apurar a conduta do aluno do curso de História acusado de casos de abuso, importunação sexual e ameaças — e da suspensão dele decidida pelo Conselho Universitário (Consu), em 15 de setembro — foi encaminhado ofício (n.º 617/2023/Reitoria/Ufac) à Superintendência Regional da Polícia Federal no Acre, em 22 de setembro, denunciando o possível crime.

A Ufac está agindo com celeridade na apuração da denúncia para que o caso seja resolvido o mais breve possível.

Para denunciar casos de abuso ou importunação sexual, ligue no 180 ou 190.

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