O governador do Amazonas, Wilson Lima (União), anunciou nesta terça-feira (9) que o estado está em processo de licitação para utilização de antenas da empresa Starlink, do bilionário Elon Musk.

Banner Vacina Dengue Acre 300x250 - Foto: Divulgação

O anúncio foi feito durante entrevista ao Portal Norte. Na oportunidade, ele destacou que os equipamentos vão ajudar a suprir a ausência de docentes em diferentes localidades do Amazonas. A tecnologia também ajudará nos projetos de Ensino à Distância (Ead).

“As antenas serão usadas, na verdade, para chegar até aquelas comunidades onde a gente não consegue colocar professor. Nós estamos agora num processo de transição da conexão via satélite para as antenas da Starlink“, revelou o governador.

A conexão de internet por meio da Starlink é possível depois que a empresa lançou milhares de satélites no espaço que permitem conexão em qualquer parte do planeta. Na Amazônia, a tecnologia é aliada fundamental na comunicação entre diferentes localidades.

Mercado Amazônia

Segundo levantamento da BBC News Brasil, a Amazônia é o principal mercado no Brasil da Starlink. A tecnologia da empresa de Musk foi lançada na região no final de 2022 e já é líder isolada entre os provedores de banda larga fixa por satélite na Amazônia legal.

Maior parte dos usuários da Starlink estão em áreas de acesso difícil e sem infraestrutura tradicional de internet de banda larga. Até julho de 2023, 90% dos municípios já possuíam antenas instaladas. A Starlink permite avanços importantes na educação e na economia, como aulas à distância e uso de cartões de crédito, débito e pix.

Wilson Lima no Grupo Norte de Comunicação

Antes de falar ao Portal Norte, o governador Wilson Lima conversou com as demais mídias do Grupo Norte de Comunicação. Na ocasião, ele destacou a importância da mineração de potássio em Autazes, da arrecadação com créditos de carbono e também os caminhos para que o estado possa atingir o potencial turístico tanto na capital, quanto no interior.

Com a liberação do licenciamento ambiental para a extração do potássio no município de Autazes, o governador Wilson Lima afirmou que o Amazonas deu “um grande passo histórico”.  

Após 15 anos, a empresa Potássio do Brasil, juntamente com o Governo do Amazonas, conseguiram destravar o impasse nas obras de exploração do minério, que já se encontra na fase de instalação da atividade. 

Conforme Wilson Lima, o empenho do Governo do Amazonas, dos servidores do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) foi decisivo para a entrega da licença ambiental.

Em comparação com outras obras de extração do potássio no mundo, Wilson Lima ressalta que as operações no município serão as “mais verde do planeta”.  

“Vamos conciliar a proteção ambiental ao desenvolvimento desta atividade econômica, que é de risco considerável, de impacto ambiental. Toda exploração vai ser feita a uma profundidade de 800m e as galerias serão construídas lá embaixo. Aquilo que você não usar mais da rocha que extrair o potássio, vai ficar lá mesmo para fechar as galerias”, conta.

O processo de implantação da exploração do potássio deve gerar cerca de 2,6 mil empregos durante 4 anos. A empresa Potássio do Brasil se comprometeu, segundo Wilson Lima, em ter 80% da mão de obra formada por moradores de Autazes e os povos indígenas terão preferência. 

“Essa é uma mina que tem vida útil aproximadamente de 23 anos, com capacidade de fornecer 20% do potássio que é utilizado no Brasil. Hoje, o país importa 97% do potássio que é utilizado como fertilizante para correção do solo. Essa mina é estratégica para a segurança alimentar do planeta”, destaca.

wilson Lima
Governador do Amazonas, Wilson Lima, em entrevista no Grupo Norte de Comunicação – Foto: José Lima

Alternativas Econômicas 

Em relação à capacitação, Wilson Lima citou que a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e o Centro Profissionalizante do Estado do Amazonas (Cetam) vão ofertar cursos para profissionalizar os trabalhadores, de maneira a desenvolver também a cadeia produtiva da região, à forma como acontece no município de Silves para exploração do gás natural.

“Temos nosso modelo Zona Franca que responde por 70% da nossa atividade econômica, a indústria representa algo em torno de 30% do nosso PIB, não abrimos mão deste modelo. Mas trabalhamos para que entreguemos outras alternativas econômicas para a população”, completa.

Segundo o governador, apenas o contrato de implementação para as Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Juma e do Rio Negro contemplam aproximadamente R$ 200 milhões. A partir da assinatura do contrato, o Estado recebe R$ 30 milhões.

“Metade serão investidos na própria comunidade, para melhorar sistema de abastecimento de água, sistema de atendimento de saúde, educação, fortalecimento da cadeia produtiva, geração de emprego, renda. Os outros 50% serão depositados no fundo de mudanças climáticas e destinados para ações de comando e controle do Ipaam, da nossa Semas, para fortalecer as políticas de proteção ambiental. Temos previsão de que, com a implementação destes projetos, possamos comercializar em torno de R$ 4 bilhões, resultado do crédito de carbono”, revela.

Potencial turístico

O desenvolvimento do potencial turístico do interior do Amazonas, tido como uma das prioridades do Estado, passa por melhorias de infraestrutura, segurança e integração do território. Lima pontua a redução dos índices de homicídios, furto e roubo de carros, bem como o investimento na segurança no âmbito fluvial para proporcionar não apenas sensação de segurança, mas para que o estado alcance o potencial turístico que fica, por vezes, subutilizado.

“Não adianta ter potencial grande para turismo se não transformar isso em produto. E só conseguimos quando capacitamos as comunidades, colocamos infraestrutura necessária, como água potável, saneamento. Estamos preparando Novo Airão para que ela possa ser esse modelo do receptivo turístico. Não adianta colocar à venda o estado do Amazonas, do ponto de vista do turismo, para chegar lá e não ter Internet, ver as pessoas sem saneamento básico, ruas asfaltadas”, argumenta.

Fenômeno Isabelle Nogueira 

O sucesso da Cunhã-Poranga do Garatindo, Isabelle Nogueira, no Big Brother Brasil 2024, tem impulsionado a visibilidade do Festival de Partintins para todo o país. 

Com a atenção voltada para a região, o governador do Amazonas, Wilson Lima (UB), destacou, ao Portal Norte, que desde 2019 o Estado tem ampliado o investimento no evento, e que as ações de fomento na cultura envolta do festival devem continuar.  

Conforme Wilson Lima, a cunhã do Garantido, Isabelle Nogueira, tem contribuído para que Parintins “tenha um grande festival”. 

“O fato da Isabelle está participando do Big Brother ajudou a colocar o festival de Parintins em outro patamar de visibilidade”, disse.  

Somado ao investimento no Festival de Parintins, o Governo também tem focado em obras de infraestrutura e serviços no município.   

“Não é somente investimento no festival em si, mas também na cidade de Parintins, com a questão do asfaltamento, e a melhoria no atendimento na área de saúde”, afirmou.  

Entre as ações citadas pelo governador, se destaca o Programa de Saneamento Integrado (Prosai), com investimentos de aproximadamente R$ 400 milhões financiados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BIT).  

“Os investimentos que nós estamos fazendo agora com o nosso Prosai que é um investimento de aproximadamente R$ 400 milhõe juntamente com o banco Interamericano de Desenvolvimento. Começamos mês que vem a resolver definitivamente o problema d abastecimento de água no município”, salientou Wilson Lima.  

Isabelle Nogueira encontro na casa do BBB 24 com David - Foto: Reprodução/Instagram@isabellenogueiraoficia
Isabelle Nogueira – Foto: Reprodução/Instagram@isabellenogueiraoficia

Nova rota comercial

O Governador também cumpre agenda na cidade de Tabatinga (distante 1.108 km de Manaus). Junto da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e do ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, Wilson Lima vai atuar nos estudos e discussões sobre o estabelecimento de uma nova rota comercial, que vai passar pelo Equador com destino ao oceano Pacífico.

“Conseguimos sair para o Pacífico sem passar pelo Canal do Panamá. Isto representa economia de 15 dias em relação a um navio que sai, por exemplo, da China. Esta rota que vamos estudar com os ministros, além da saída pela Guiana. Boa parte da estrada está pavimentada e é outra rota importante que diminui o tempo de transporte dos produtos, inclusive como alternativa à questão da estiagem, que enfrentamos ano passado e devemos enfrentar neste ano”, explica.