O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve reunir representantes do Centrão, nesta quarta-feira (6), e anunciar quais pastas eles vão ocupar. As mudanças deverão afetar os Ministérios dos Portos e Aeroportos, hoje ocupado por Márcio França (PSB), e dos Esportes, comandado por Ana Moser (sem partido).

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Isso porque o presidente viaja na quinta-feira (7) para Nova Dheli, na Índia, para participar da cúpula do G20, grupo os 19 países com as maiores economias do planeta e a União Europeia.

Lula busca fazer trocas na equipe para comportar o PP e o Republicanos no governo. Os dois partidos do Centrão seriam contemplados cada um com um ministério: o deputado André Fufuca (PP-MA) vai para o Ministério dos Esportes e o deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) vai para o Ministério de Portos e Aeroportos.

Ana Moser tem sido criticada por entidades representativas, como os comitês Olímpico (COB), Paralímpico (CPB) e de Clubes (CBC), pois estaria tentando aumentar o poder do ministério para definir medidas que antes eram tomadas pelas entidades, incluindo a gestão de recursos. Assim, acabou tendo sua permanência enfraquecida e perdeu apoio dentro do próprio setor. 

O redesenho definido nas últimas semanas para a reforma ministerial, que deve ser anunciada pelo presidente Lula, caiu mal entre dirigentes e parlamentares do PSB – partido do vice-presidente Geraldo Alckmin. Ainda hoje, dirigentes da sigla se reúnem para avaliar as mudanças sugeridas e o espaço da legenda no governo.

A troca já vinha sendo desenhada, mas foi oficializada internamente nesta terça-feira (5) durante almoço entre Lula e Alckmin. Como compensação, o governo criaria o Ministério de Micro e Pequenas Empresas para abrigar Márcio França.

Entretanto, para criar esse ministério, seria preciso retirar atribuições do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços – justamente a pasta chefiada por Geraldo Alckmin.

Integrantes do PSB afirmaram que o vice-presidente da República ficou irritado com a proposta. Houve, inclusive, quem defendesse uma saída do partido da base de apoio de Lula.

Atualmente, o PSB comanda três pastas na Esplanada dos Ministérios. Além dos ministérios de Alckmin e de Márcio França, também ocupa o Ministério da Justiça com Flávio Dino, que é da cota pessoal do presidente Lula.

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