Equipe de pesquisadores do Projeto Mamíferos Aquáticos da Amazônia (PMAA) e do Projeto Boto indentificaram nos últimos anos um comportamento agressivo como ataque de botos machos a filhotes, inclusive a recém-nascidos.

Dados desta pesquisa foram publicados no ano passado na revista científica Behaviour. Neste ano, os pesquisadores continuaram a observação para identificar a causa. 

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Um comportamento desconhecido, observado nos últimos anos por pesquisadores que estudam a vida dos botos cor-de-rosa, espécie tradicional da Amazônia, foi publicado na revista científica Behaviour, no ano passado, e deverá continuar sendo objeto de acompanhamento este ano, tão logo se resolva a questão de financiamento para o projeto. O comportamento agressivo é o ataque de machos a filhotes, inclusive a recém-nascidos.

O monitoramento dos botos ocorre na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, em Tefé, a 522 km de Manaus.

Em 26 anos de observação, a população de botos marcados pelos biólogos alcançou 758 animais de todas as faixas etárias.

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As agressões dos botos aos filhos ocorrem a maior parte embaixo d’água, o que não é acompanhado pelas equipes e biólogos.

Porém, o fato de não registrar, não significa que os ataques não ocorram. “Nós é que não tivemos a oportunidade de registrá-los antes”, explicou a cientista brasileira Vera Maria da Silva, membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN), da Fundação Grupo Boticário.

Outra questão é que, com tantas horas de observação desses animais, por que tão poucos registros foram feitos e por que só recentemente?, comentou a pesquisadora. São perguntas para as quais os pesquisadores buscam respostas.

Registro

Esse comportamento agressivo não era conhecido como uma característica dos botos da Amazônia. Pesquisadores da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) registraram no ano passado um evento de agressão de um boto-cinza, da Baía de Guanabara, que não confirmou, entretanto, a morte do filhote.

As agressões aos filhotes já foram relatados por pesquisadores em golfinho do tipo nariz-de-garrafa, ou flipper. Cerca de 70 espécies de golfinhos no mundo, há registro apenas de agressões desse tipo para quatro ou cinco delas. 

A equipe pretende dar continuidade ao monitoramento, fazendo observação diária da população de botos marcados na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá. “Se aparecerem novas informações, temos que registrar e ir reportando.”

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